Para os moinhos, a isenção de PIS/Cofins vai até 31 de dezembro de 2012. Segundo empresários, o benefício ajuda a manter os preços da farinha.
— Quando foi instituído esse benefício, o segmento se comprometeu a repassar todo o benefício para o consumidor, o que foi feito. Agora, mantendo esse benefício, os preços ficam estáveis — afirma o conselheiro da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), Lawrence Pih.
Para a indústria de massas, a alíquota zero de PIS/Cofins vai até 30 de junho de 2012. A associação que representa o setor considera pouco tempo, mas elogia a medida. Segundo o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Massas Alimentícias (Abima), Cláudio Zanão, o preço médio do macarrão está em R$ 3 o quilo, tomando como base um espaguete comum. A expectativa é de uma redução de até 6% no valor do produto.
— Dependendo dos estoques da indústria e do estoque do varejo no supermercado, esse repasse deve acontecer até meados do ano que vem, mas com certeza muitas fábricas já vão aproveitar a oportunidade e colocar tanto para o Natal quanto para o Ano Novo. Muitos fabricantes já receberam pressão do varejo para baixar o preço. Isso é normal no setor — diz Zanão.
A medida adotada pelo governo visa estimular o consumo e não atinge diretamente o produtor de trigo. O conselheiro da Abitrigo acredita que os reflexos podem ser positivos no campo.
— Evidentemente que não vai resolver o problema, porque o Brasil tem uma oferta de trigo brando muito maior que a demanda. (A medida) vai ajudar, mas não resolver o problema. O produtor, evidentemente, vai vender um pouco mais de trigo porque, se aumenta a demanda, ele vende mais trigo — comenta Lawrence Pih.
Atualmente, a produção de macarrão consome 16% do trigo disponível no mercado brasileiro. A farinha utilizada é uma mistura de vários tipos do grão. Nessa mistura, 80% são da matéria prima produzida no brasil.
— Se aumenta o volume de macarrão consumido, aumenta a farinha de trigo e, consequentemente, vai aumentar o volume de trigo no campo. Então, nós acreditamos que toda a cadeia produtiva vai ganhar com isso — acredita Zanão.