Segundo o diretor do Itaú BBA, o crescimento muito superior do endividamento do setor ante o aumento da produção é preocupante. Desde 2003 o endividamento cresceu 19 vezes e a produção pouco mais que dobrou, de acordo com ele. Na avaliação de Figliolino, entre os grupos avaliados, apenas 12 possuem uma situação considerada boa atualmente, com operação ajustada a baixa alavancagem. Outros 35 estão em situações medianas e 18 possuem operação muito ruim e uma alavancagem alta.
Para a safra 2014/2015, o cenário é desanimador para o setor, na visão do diretor. Os custos devem crescer 13%, com salários mais altos, quebra na safra, sem perspectivas de mudança na política de preços dos combustíveis antes das eleições.
– Um terço do setor está indo pro brejo em dois ou três anos, ou seja, são 200 milhões de toneladas de cana, ou duas Tailândia. Além da dívida desse terço só crescer, as usinas têm canaviais deteriorados e possuem problemas de pagamento dos fornecedores – completou.
Curiosamente, segundo o executivo, o cenário de crise pode fazer com que haja uma retomada nos negócios de fusões e aquisições de usinas no Brasil, após apenas quatro operações nos últimos dois anos.
– Acho que estamos em um ponto de inflexão da curva e talvez este ano possamos ter anúncios de algumas transações do setor – concluiu.
>>> Leia também: Agência Fitch alerta para endividamento de empresas sucroalcooleiras