O delegado Nelson Vidal afirmou que os trabalhadores não tinham registro profissional, não recebiam hora extra e trabalhavam em média 11 horas por dia. Eles não tinham cama, divisória entre os quartos, geladeira, água potável, e banheiro. Faziam as necessidades em um buraco no chão, comiam carne estragada e tomavam banho no mesmo local onde eram lavados os pratos. Recebiam em média R$ 35,00 por dia, mas ao fim do mês pagavam pela comida, e lhes restava em média R$ 200,00.
O “gato”, homem contratado responsável pelo local, comprava a comida para os trabalhadores, que pagavam um valor superfaturado. De acordo com Vidal, são dois os donos do local, um do ramo de combustíveis e o outro de uma madeireira, ambos de Ituporanga. Os trabalhadores já foram retirados da situação.
Os donos da propriedade podem responder pelos crimes: redução de alguém à condição análoga a de escravo; aliciamento de trabalhadores, com o fim de levá-los de uma para outra localidade do território nacional; e pelo crime de falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro.