O caso é mais um capítulo em uma relação conturbada: o frigorífico JBS diz que, desde que comprou 50% da operação da Inalca, há quase três anos, não tem acesso a documentos que comprovem a veracidade dos dados apresentados no balanço. O conflito já se transformou em disputas travadas na Justiça italiana e também em órgãos internacionais. O JBS já considera dissolver a sociedade com a Cremonini. Além de mais acesso a informações financeiras, o grupo exige a demissão dos dois atuais principais executivos da Inalca.
Para o grupo brasileiro, os números relativos ao Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) mostram uma evolução anômala do resultado, quando se considera a difícil situação atual do mercado europeu: no primeiro semestre de 2009, o Ebitda da Inalca JBS ficou em 24,4 milhões; em igual período deste ano, saltou para 48 milhões. Bicchieri explica que, dependendo do resultado anual, o negócio pode receber um bônus de 65 milhões do JBS.
? O pagamento não é questionado. Mas a gente quer ter conhecimento de como o balanço é apurado. Faz três anos que estamos pedindo isso ? diz.
Enquanto o grupo brasileiro reclama da falta de informações sobre as finanças da companhia, a Cremonini conseguiu autorização judicial para destituir os três membros do Conselho de Administração indicados pelo JBS. A parte brasileira da associação tenta agora reverter a medida.