? A concentração surpreende. O novo grupo será o maior do setor de carnes do mundo e a terceira maior empresa em faturamento do Brasil ? avalia o Imea.
O boletim também destaca a compra do Seara pelo Marfrig, na semana passada, num negócio de US$ 900 milhões. A semana passada foi movimentada no setor de carnes. Primeiro veio o anúncio da compra da Seara pelo Marfrig. Depois a aquisição da norte-americana Pilgrim’s pela JBS, que também se uniu ao Bertin.
Frigoríficos menores temem o controle de preço e os pecuaristas a falta de opção no mercado. O analista de mercado Cesar de Castro Alves lembra que, em muitas, regiões do país as companhias eram fortes concorrentes e que, agora, as opções de venda dos produtores diminuíram.
? É muito positivo para as duas empresas, para o Brasil também. Vai fortalecê-las, mas nem tanto os produtores. Porque antes, eles tinham duas opções de venda, agora essas duas empresas são uma opção de venda. Em muitas regiões, essas empresas competiam fortemente por bois e, hoje, elas não vão mais competir porque elas vão ser um preço só.
Para o diretor titular do Departamento de Agronegócio da Fiesp, Benedito da Silva Ferreira, as próprias empresas que se uniram e os órgãos de controle devem prestar atenção para a garantia de renda do produtor rural.
Entretanto, Benedito Ferreira avalia que, no momento de recuperação da economia, é natural que haja as consolidações, com grandes grupos buscando a internacionalização e, consequentemente, a capitalização dos negócios. Além disso, ele afirma que no futuro próximo, o Brasil vai ser o maior produtor de proteína animal e, por isso, o país precisa de empresas fortes e consolidadas.