Em entrevista à Agência Estado, o executivo ressaltou que, na assembleia de acionistas a ser realizada no próximo dia 24, o JBS pedirá a destituição dos atuais administradores delegados da Inalca JBS – Luigi Cremonini, Paolo Boni e Luigi Scordamaglia – do Cremonini.
? A atitude que eles tiveram conosco, de não nos deixar ter acesso aos números da Inalca JBS e de, em alguns casos, nos proibir de entrar na empresa, mostra que não há a menor possibilidade de manter essa sociedade ? disse.
Se não houver consenso na assembleia, o frigorífico brasileiro entrará com pedido na Justiça de Modena (Itália) para a liquidação oficial da joint venture.
? Alegaremos ingovernabilidade da empresa e, por meio da liquidação oficial, vendem-se os ativos, pagam-se os credores e, assim, fecha-se a empresa ? explicou.
Bicchieri é um dos diretores do JBS que foram considerados inelegíveis pela diretoria da Inalca JBS para o conselho da joint venture, em reunião realizada na quinta, dia 16, em Modena (Itália). Além dele, estão Francisco de Assis e Silva e Aparecido Gilson Teixeira.
? Nessa reunião só eles (Cremonini) participaram, além do conselho fiscal, composto por três membros, sendo três deles e um do JBS. O que é ilegal ? declarou.
O Cremonini alegou que os executivos não poderiam exercer os cargos, por não serem residentes no país, conforme a legislação italiana. Além disso, o grupo afirmou que, no Brasil, os membros da diretoria de um escritório devem ter visto permanente e residência no país.
? E a diretiva jurídica brasileira é expressamente declarada pela JBS em seu site ? disse o grupo italiano.
O JBS, em comunicado divulgado, já tinha contestado a justificativa de seu sócio, ao afirmar que, pelo princípio da reciprocidade contido na legislação da Itália, a alegação não é válida.
? No Brasil, não é exigido residência para um italiano ser conselheiro.