John Deere planeja expandir investimentos no Brasil

Empresa analisa áreas em todo país para possíveis unidadesA empresa John Deere confirmou nesta terça, dia 3, que vai ampliar os investimentos no Brasil e que deve anunciar novos aportes para o crescimento do seu parque fabril no país. A empresa investiu US$ 2 bilhões no país ao longo dos últimos 10 anos.

? Somos otimistas e realistas e o mercado brasileiro está muito bom ? disse o diretor de Relações Institucionais para a América do Sul da companhia, Alfredo Miguel Neto.

? Muito brevemente novos investimentos serão anunciados ? completou o executivo.

Ele confirmou que a John Deere analisa áreas em todo país para possíveis unidades. Recentemente, executivos da companhia estiveram, por exemplo, na região de Campinas (SP), para a avaliação de terrenos disponíveis.

Na cidade do interior paulista, a companhia já tem um centro de distribuição de peças.

? Essa região e (o Estado de) São Paulo são muitos importantes, mas nós avaliamos e investigamos áreas em todo o país; quando o mercado sinalizar para novos investimentos, precisamos estar prontos ? afirmou.

Além do centro em Campinas, a John Deere tem unidades fabris de tratores, implementos, colheitadeiras de grãos e colhedoras de cana em Montenegro e Horizontina, no Rio Grande do Sul, e em Catalão (GO). Nessa unidade goiana a empresa investiu R$ 60 milhões para a produção de pulverizadores. Tem, ainda, unidades de irrigação em Uberlândia e de produtos florestais em Barueri (SP), além de escritórios e centros de distribuição espalhados pelo país.

Os números do primeiro trimestre da companhia, com alta de 25% no faturamento no país, ante queda de 12% a 15% no mercado, deram o tom otimista da John Deere na Agrishow, em Ribeirão Preto (SP).

? A expectativa é manter esse desempenho durante o ano inteiro ? previu Miguel Neto.

Exportação

O único empecilho para a John Deere no país é o desempenho das exportações, que caíram 50% no primeiro trimestre de 2011, ante igual período de 2010. Além do dólar desvalorizado, a empresa critica as barreiras impostas pela Argentina com a não renovação das licenças automáticas de importação de máquinas brasileiras.

Com isso, as exportações John Deere para o país vizinho, que representam 50% de todo o volume da companhia na América do Sul, se resumiram a 150 colheitadeiras nos três primeiros meses de 2011.

Para a companhia, a questão com a Argentina deve ser tratada entre os governos dos dois países e as montadoras são representadas pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores. (Anfavea).

? Essas relações precisam ser claras, pois uma vez que a Argentina fecha a fronteira, isso impacta a companhia; o acordo automotivo entre os dois países não prevê a licenças de importação para o setor automotivo ? argumenta Miguel Neto.