Le Monde Selon Monsanto (O Mundo Segundo a Monsanto) é o irônico título escolhido para um livro no qual a jornalista denuncia, com documentos inéditos e testemunhos de muitas “vítimas” a “impunidade” da multinacional americana, afirmou a autora em entrevista à Agência Efe.
As acusações de Robin à Monsanto são infinitas: vender sementes geneticamente modificadas que não demonstraram sua inocuidade tóxica e que têm de ser tratadas com adubos e pesticidas da mesma empresa, igualmente tóxicos, em um ciclo monopolístico. Segundo ela, este ciclo não acaba somente com a biodiversidade do local onde é implantado, mas também não garante melhores colheitas e empobrece os terrenos.
A jornalista se reuniu durante três anos com políticos, camponeses e cientistas, alguns dos quais afirmam ter sofrido na própria pele o “efeito Monsanto”. Muitos deles sofreram represálias e foram despedidos devido às investigações sobre o risco dos produtos geneticamente modificados e outros dizem ter adquirido algum tipo de câncer pelo contato com eles.
A companhia, lembra Robin, comercializa 90% dos cultivos transgênicos do mundo, com 8,6 bilhões de euros (US$ 10,7 bilhões) de faturamento em 2007. É a maior vendedora de sementes na América Latina, Ásia, Estados Unidos e Canadá, e entre seus “feitos químicos” está a fabricação do “agente laranja”, um devastador pesticida utilizado pelos Estados Unidos na Guerra do Vietnã.
Robin afirma que há dezenas de processos penais contra a multinacional no mundo todo devido a problemas de saúde gerados por seus produtos, mas também por causa de práticas de monopólio.