Para Rafael Cardoso do Nascimento, integrante da diretoria da AJA, o resultado foi bastante satisfatório.
? É no primeiro ciclo que a gente aprende de fato a manejar corretamente os peixes. Depois de todo o processo de capacitação, com muita informação teórica, tivemos oportunidade de colocar na prática o que aprendemos na sala de aula. O resultado foi ótimo, despescamos uma tonelada de peixes que foram todos vendidos ? explica Rafael.
Antes de começar a criar os alevinos, o grupo teve acesso a treinamentos sobre associativismo, empreendedorismo, gestão, além das missões e visitas técnicas a eventos em outros estados, onde puderam conhecer exemplos de associações de piscicultores que estão se saindo bem no mundo dos negócios.
Segundo a técnica do Sebrae/SE Maria Lucia Alves, toda produção de peixes foi comercializada ? 99% para a Companhia Nacional de Abastecimento e o restante com a comunidade local. Foi um ótimo resultado para quem está começando no ramo, pois eles estavam em processo de aprendizado e lidando com um animal de água doce desenvolvido em água salobra. Os peixes estão sendo criados em tanques instalados em um dos afluentes do Rio Real, que possui água salobra.
? Agora eles já sabem como funciona o manejo técnico, questões como a biometria e seleção do animal. Acreditamos que nesse segundo ano os jovens piscicultores tenham ainda mais sucesso. O novo ciclo deve começar em junho, quando serão depositados os alevinos nos tanques rede. A data foi escolhida estrategicamente, pois é um período mais chuvoso, o que reduz a salinidade da água. No momento o grupo está discutindo o negócio como um todo, averiguando os pontos fortes e pensando o que pode ser melhorado. Outro desafio é conquistar novos mercados, pois é bom diversificar o público consumidor ? diz Lucia Alves.
Surgimento da associação
O grupo formou-se motivado pelo potencial que a região oferece para a piscicultura, pois a cidade fica nas margens de um afluente do Rio Real. Indiaroba está localizada a aproximadamente 90 quilômetros ao sul de Aracaju, fronteira com a Bahia.
? Os integrantes são filhos e netos de pescadores e faz parte da cultura desses jovens trabalhar com a pesca. Mas eles queriam algo mais para o futuro. Foi quando tiveram acesso ao Sebrae, que entrou com a capacitação, e o Instituto Cooperforte, que arcou com o suporte financeiro, viabilizando o surgimento do grupo ? conta o superintendente do Sebrae/SE, Emanoel Sobral.
? Esse projeto veio para ajudar e garantir melhores condições da atividade pesqueira na região, gerando trabalho e renda para jovens filhos de pescadores que até então estavam ociosos, sem saber como conseguir um emprego. Todos estão sendo beneficiados com essa ação e hoje temos o reconhecimento da sociedade e uma alternativa de trabalho e renda no nosso próprio município ? afirma o integrante da associação Genival Alves.
Opinião compartilhada pelo parceiro de negócio e amigo Rafael Cardoso.
? O significado desse projeto para todos os pescadores da Associação é muito grande. Ele está contribuindo para o fortalecimento do espírito coletivo e para o fortalecimento pessoal de cada um, além da esperança de um futuro melhor ? reforça o jovem piscicultor.
Além de cultivar peixes e ostras o grupo também está preocupado com a qualidade de vida da comunidade.
? Temos todo o cuidado com a produção, já que o projeto é social e ecologicamente correto. Então, toda a atividade é feita de forma limpa, sem utilizar nenhum produto tóxico e de maneira a não deixar nenhum resíduo de lixo ou qualquer poluente na natureza. Muito pelo contrário, fazemos tudo com bastante cuidado, pois queremos ofertar um produto com qualidade ? finaliza Genival Alves.