Juiz defende arrendamento e venda de unidades da Nilza Alimentos

Credores trabalhistas têm prioridade no recebimento das dívidas judiciaisO juiz da 4ª Vara Cível de Ribeirão Preto (SP), Héber Mendes Batista, defendeu nesta segunda, dia 31, o arrendamento da unidade da Indústria de Alimentos Nilza na cidade paulista e a venda da planta de Campo Belo (MG), por meio de leilões judiciais, para ao menos quitar os R$ 5,2 milhões do pagamento de credores trabalhistas da companhia. Batista decretou falência da Nilza há uma semana, após apurar fraudes no processo de recuperação judicial. Os credores trabalhistas têm prioridade no recebimen

A unidade de Campo Belo da Nilza está arrendada por seis anos, desde o início de 2010, para a Novamix Indústria e Comércio de Alimentos. A companhia pagou R$ 2,9 milhões e chegou a oferecer outros R$ 4,5 milhões durante o processo de recuperação judicial para ficar com a totalidade da planta industrial, mas não obteve sucesso. O valor, no entanto, não cobriria o passivo trabalhista e uma venda da unidade depende de um leilão judicial, com a avaliação feita pela consultoria Deloitte, que comanda a massa falida.

Batista acredita que em um leilão da unidade mineira teria a Novamix, fabricante dos queijos Quatá, como única interessada.

? Pelo prazo de arrendamento, dificilmente apareceriam outros interessados ? afirmou o juiz.

Segundo uma fonte da Novamix, o valor apurado na avaliação da unidade teria de ficar entre os R$ 4,5 milhões oferecidos anteriormente e os R$ 5,2 milhões da dívida trabalhista para que a empresa participasse do leilão judicial.

Batista defendeu ainda o arrendamento da unidade de Ribeirão Preto “o que seria ótimo para gerar uma renda à massa falida”, disse. O juiz, no entanto, disse que qualquer tipo de leilão será feito por meio de propostas fechadas a partir de um preço mínimo estipulado pela consultoria ou por um avaliador.

? Isso evitará os problemas ocorridos durante o processo de recuperação judicial ? concluiu.

A Deloitte informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não se pronuncia sobre seus clientes.

O juiz encaminhou o processo da Nilza à Delegacia Seccional de Ribeirão Preto para que a polícia investigue o crime de fraude no processo de recuperação judicial por parte do empresário Adhemar de Barros Neto acionista majoritário da Nilza e do advogado Sérgio Alambert, dono da Airex. Eles são acusados de negociar pagamento a credores judiciais por fora para conseguirem a venda da Nilza à Airex, empresa considerada de fachada pelo juiz.

A Polícia Civil informou que o processo deve chegar à Seccional de Ribeirão Preto na quarta, dia 2. Já a advogada de Barros Neto, Silvia De Luca, informou que irá recorrer da decisão do juiz em decretar a falência da Nilza ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. O prazo para o recurso começou nesta segunda, dia 31, e termina na quarta-feira da próxima semana, dia 9 de fevereiro.