A unidade de Campo Belo da Nilza está arrendada por seis anos, desde o início de 2010, para a Novamix Indústria e Comércio de Alimentos. A companhia pagou R$ 2,9 milhões e chegou a oferecer outros R$ 4,5 milhões durante o processo de recuperação judicial para ficar com a totalidade da planta industrial, mas não obteve sucesso. O valor, no entanto, não cobriria o passivo trabalhista e uma venda da unidade depende de um leilão judicial, com a avaliação feita pela consultoria Deloitte, que comanda a massa falida.
Batista acredita que em um leilão da unidade mineira teria a Novamix, fabricante dos queijos Quatá, como única interessada.
? Pelo prazo de arrendamento, dificilmente apareceriam outros interessados ? afirmou o juiz.
Segundo uma fonte da Novamix, o valor apurado na avaliação da unidade teria de ficar entre os R$ 4,5 milhões oferecidos anteriormente e os R$ 5,2 milhões da dívida trabalhista para que a empresa participasse do leilão judicial.
Batista defendeu ainda o arrendamento da unidade de Ribeirão Preto “o que seria ótimo para gerar uma renda à massa falida”, disse. O juiz, no entanto, disse que qualquer tipo de leilão será feito por meio de propostas fechadas a partir de um preço mínimo estipulado pela consultoria ou por um avaliador.
? Isso evitará os problemas ocorridos durante o processo de recuperação judicial ? concluiu.
A Deloitte informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não se pronuncia sobre seus clientes.
O juiz encaminhou o processo da Nilza à Delegacia Seccional de Ribeirão Preto para que a polícia investigue o crime de fraude no processo de recuperação judicial por parte do empresário Adhemar de Barros Neto acionista majoritário da Nilza e do advogado Sérgio Alambert, dono da Airex. Eles são acusados de negociar pagamento a credores judiciais por fora para conseguirem a venda da Nilza à Airex, empresa considerada de fachada pelo juiz.
A Polícia Civil informou que o processo deve chegar à Seccional de Ribeirão Preto na quarta, dia 2. Já a advogada de Barros Neto, Silvia De Luca, informou que irá recorrer da decisão do juiz em decretar a falência da Nilza ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. O prazo para o recurso começou nesta segunda, dia 31, e termina na quarta-feira da próxima semana, dia 9 de fevereiro.