Os ambientalistas, que cobravam mais debates antes da aprovação do projeto, comemoraram a decisão.
– É um reconhecimento da irresponsabilidade que foi a Assembleia Legislativa aprovar um documento cheio de erros e o governo sancionar. Estamos contentes – diz o coordenador do programa Governança Florestal do Instituto Centro de Vida, João Andrade.
Segundo o diretor da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), Rogério Romanini, se revela surpreso com a suspensão. Ele argumenta que o projeto foi resultado de amplas discussões com a sociedade. Agora, a classe produtora aguarda o posicionamento do governo do Estado e teme o crescimento da insegurança jurídica no campo.
Apesar de sustentarem opiniões diferentes, ambientalistas e agricultores entendem que a suspensão do zoneamento pode provocar consequências. Ninguém descarta a hipótese de que a decisão regional possa ecoar em Brasília, já que o atual período antecede a retomada das discussões sobre o futuro do novo Código Florestal brasileiro.
Andrade aponta que uma das propostas do projeto nacional é conceder aos Estados o direito de flexibilizar o tamanho da Reserva Legal. Entretanto, esta medida deverá estar condicionada justamente ao zoneamento socioeconômico e ecológico.
– A gente acredita que no Código Florestal ainda existe uma série de problemas. A Câmara dos Deputados já esta aprovando e o debate deve ser feito de forma mais consistente. Sem calor das ideologias, acreditamos que com passar do tempo as pessoas vão vendo. Os dois lados verão que é preciso sentar para atender ambos interesses – afirma.
O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja), Carlos Favaro, também admite a possibilidade de o impasse ambiental refletir em Brasília, mas pede sensatez nas discussões.
– Acho que objetivo da decisão pode ter sido este, mas uma coisa é muito distinta da outra. Uma coisa é indicação, ocupação do solo. Já liberação de desmatamento, isso é no Código. Se o intuito é atrapalhar votação do Código, é bom ficar claro que uma coisa não tem nada a ver com outra – salienta.