As procuradoras da República Denise Müller Slhessarenko e Marcia Brandão Zollinger, que analisaram o pedido da AGU, argumentaram que não havia indicação específica das medidas que seriam efetivamente adotadas pelo governo federal.
– Não há sequer menção a um plano de trabalho contemplando o cronograma de atividades, os servidores envolvidos e os recursos técnicos a serem utilizados. A ausência de maiores informações é no mínimo preocupante – dizem.
Nesta semana, o juiz federal Julier Sebastião da Silva atendeu ao pleito do Ministério Público (MP) e negou qualquer pedido que seja feito para o retorno de não índios à Marãiwatsédé para colher a safra de soja que ainda está na área da reserva.
A terra indígena de 165 mil hectares está localizada entre Alto Boa Vista, São Felix do Araguaia e Bom Jesus do Araguaia, na região nordeste de Mato Grosso. De acordo com a Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja/MT) os agricultores expulsos deixaram para trás três mil hectares de soja, que agora põem em risco os 341 mil hectares cultivados em torno da reserva.