Paste this at the end of the

tag in your AMP page, but only if missing and only once.

Justiça do Paraguai impede invasão das terras dos brasiguaios

Embaixador do Brasil no país vizinho se diz "aliviado"A Justiça do Paraguai determinou, na tarde desta sexta, dia 3, a reintegração de posse das terras dos agricultores brasileiros, chamados brasiguaios, na região do Alto Paraná, na fronteira com o Brasil. A Justiça decidiu, também, pela retirada imediata dos sem-terra paraguaios, conhecidos como carperos, que pressionam pela ocupação das propriedades.

A decisão foi comemorada pelo embaixador do Brasil no Paraguai, Eduardo Santos. Em entrevista concedida à Agência Brasil ele afirmou que está “confiante no retorno da normalidade” à região.

Agência Brasil – Depois de 11 dias de tensão, o senhor acredita que o fim do impasse está próximo?

Eduardo Santos – Posso dizer que, agora à tarde, fiquei bem mais aliviado depois dessa decisão judicial, que determina a reintegração de posse no Alto Paraná. Com isso, acredito, sinceramente, que a normalidade está próxima, embora a cautela determine aguardar e observar.

O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, pediu que o senhor obtenha do presidente paraguaio, Fernando Lugo, garantias para a segurança dos brasiguaios e que seja afastado o risco de novos conflitos. Como estão essas negociações?

Santos – Desde que eclodiram os conflitos, estou conversando todo o tempo com as autoridades paraguaias. É um diálogo constante. O nosso papel na embaixada e no consulado é manter e zelar pelos interesses e segurança dos nossos nacionais. Essas têm sido nossas preocupações. Hoje, o Paraguai é o quarto maior exportador de soja da região e os brasileiros que estão aqui ajudaram muito.

Como tem sido o diálogo com as autoridades paraguaias?

Santos – Em ótimo nível. Hoje mesmo, logo depois que a Justiça determinou a reintegração de posse, conversei com o ministro do Interior [Rafael Filizzola] sobre a situação no Alto Paraná. Ele [o ministro] me garantiu que a Polícia Nacional fará cumprir a ordem [judicial] na área e que a segurança dos brasileiros está assegurada.

Em meio a esse clima, quais são as garantias que o governo Lugo dá para os brasileiros?

Santos – O que todas as autoridades aqui dizem é que a demarcação de terras seguirá a legislação, obedecendo os marcos legais, e sob coordenação do Judiciário. Porém, o Executivo está atento e participando diretamente das negociações. No Paraguai, a legislação fundiária é complexa e é importante compreender isso.

O que, de fato, ocorreu na região do Alto Paraná?

Santos – Houve um acirramento de tensões porque os carperos insistiam que as propriedades que estão com os brasileiros deviam ser usadas para a reforma agrária. Mas não chegou a ter invasão propriamente dita, não. O problema se concentrou em três propriedades produtivas daquela região.

Como o governo brasileiro atua em situações como essa?

Santos – Acompanhamos de perto todo o processo. Vários brasileiros, agricultores e produtores rurais, nos procuraram com medo de ter as terras retiradas. Colocamos a embaixada e o consulado em alerta todo o tempo. Também converso constantemente com o ministro (das Relações Exteriores) (Antonio) Patriota. Assim, coordenamos as ações e os procedimentos.

O senhor continua conversando diretamente com os brasiguaios?

Santos – Claro. Todos na embaixada que lidam com esse assunto estão conversando o tempo todo. Temos garantias do governo Lugo sobre o respeito à propriedade privada e orientamos os colonos para que tentem manter a calma. É assim que estamos agindo.

Sair da versão mobile