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Justiça pede condenação de fazendeira em Mato Grosso por trabalho escravo

Ministério Público do Trabalho acusa Janete Gomes Riva de usar propriedade para "esquentar" madeira de áreas desmatadas ilegalmenteOs procuradores do Ministério Público do Trabalho (MPT) de Alta Floresta, em Mato Grosso, entraram com ação civil contra a fazendeira Janete Gomes Riva, proprietária da Fazenda Paineiras, localizada no município de Juara, no mesmo Estado, pela prática de trabalho escravo. O MPT pede condenações "em obrigação de fazer e de não fazer", a indenização por dano moral coletivo no valor de R$ 1 milhão e o pagamento de despesas com a divulgação de campanha de combate ao trabalho escravo, em emissoras de

A fazendeira Janete Gomes Riva, que é esposa de José Riva (PP-MT), presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, ficou presa por seis dias em maio deste ano, durante a Operação Jurapari, deflagrada no Estado pelo Ministério Público Federal e Polícia Federal. Segundo a acusação, a fazenda, que detém plano de manejo sustentável, era utilizada para “esquentar” madeira de áreas desmatadas ilegalmente.

A ação sobre trabalho escravo é de inquérito instaurado em março deste ano pelo MPT-MT, com base em denúncia sigilosa. O Grupo Móvel Estadual de Combate ao Trabalho Escravo do Ministério do Trabalho vistoriou a fazenda entre 19 e 30 de abril deste ano, quando constatou diversas irregularidades.

Segundo o MPT-MT, a fiscalização resgatou sete trabalhadores que estavam em condições degradantes de trabalho (barracos de lona e barracão sem as mínimas condições de habitação). Havia intermediação ilícita de mão de obra, com a utilização de gatos e falsas empreitadas. Um grupo de 42 trabalhadores não tinha anotação na carteira de trabalho; e ainda havia descumprimento de normas de segurança e saúde do trabalho.

Na ocasião, os fiscais lavraram 17 autos de infração. O MPT-MT encaminhou o caso para o Ministério Público Federal, para que seja apurado o crime de trabalho análogo ao de escravo e de sonegação de contribuições federais. No âmbito do MPT foi proposto para a fazendeira um Termo de Ajuste de Conduta, o que não foi aceito. Diante da recusa em fazer acordo administrativo, o MPT ajuizou esta semana a Ação Civil Pública, na Vara do Trabalho em Alta Floresta.

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