Uma comemoração para mais de 1,5 mil convidados, numa solenidade com autoridades de peso. Entre elas, os presidentes do Supremo Tribunal Federal, do Congresso e do Banco Central. Todos presentes para prestigiar a posse da nova diretoria da CNA, que, nos próximos três anos, terá Kátia Abreu no comando. O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, destacou a importância do evento.
? Raramente se viu uma união tão grande em torno de uma causa tão importante como é a agricultura.
Henrique Meirelles, presidente do Banco Central, falou na crise que já causou prejuízo de US$ 30 trilhões nas bolsas espalhadas pelo mundo, e também citou a agricultura como forma de alavancar a atividade econômica.
? A agricultura brasileira amadurecendo e consolidando a sua posição de liderança na atividade econômica. Não só brasileira, como se configurando como uma liderança de ponta na economia mundial.
? São exatamente nestes períodos de adversidades que se distinguem e se fazem mais necessárias as verdadeiras lideranças, cuja palavra de ordem, invariavelmente giram em torno de verbos como realizar, produzir, criar ? descreveu o presidente do STF, Gilmar Mendes.
A nova diretoria, composta por cinco membros, assume a gestão da CNA com um plano estratégico de promover oito projetos para o campo, como a capacitação do produtor em Responsabilidade Ambiental (Projeto Terra Adorada), a capacitação em Legislação Trabalhista (Projeto Mãos que Trabalham) e os programas de Inclusão Digital Rural e Campo Futuro.
Kátia Abreu é uma mulher pioneira. Foi a primeira no Brasil a comandar um sindicato rural, a primeira a presidir uma Federação Estadual de Agricultura, e agora é a primeira a comandar uma confederação representativa de atividade econômica com mais de um milhão de produtores sindicalizados. A tarefa não vai ser fácil. Mas quem conhece Kátia Abreu, também primeira senadora a ser eleita por Tocantins sabe que ela não está para brincadeira.
? Kátia Abreu é uma líder natural. Ela para conquistar este prestígio no Senado não precisou fazer concessões. Pelo contrário, ela bateu firme em muitos senadores. Debateu com essa pouca generosidade que às vezes ela debate, com essa firmeza que lhe é peculiar ? definiu o presidente do Congresso Nacional, Garibaldi Alves.
Para começar, ela já conseguiu que empresas agropecuárias doassem três mil computadores para promover a inclusão digital no campo. Anunciou que uma de suas prioridades será a reestruturação da política de crédito rural e prometeu levar aos produtores informações com relação às leis trabalhistas e ambientais.
A nova presidente disse ainda que não vai proteger infratores.
? Ora, depredadores e especuladores, mesmo que sejam proprietários, não podem usar a condição de empresários rurais. Ninguém é mais conservacionista, por razões óbvias, de defesa do solo e preservação dos mananciais, do que o agricultor e o pecuarista.
Kátia Abreu também acusou o Estado brasileiro de “renegar” o produtor rural.
? Sempre com profundo mau humor, não nos reconhece ? disse ela, e acrescentou:
? Parece incomodado e considera exótico o fato do agronegócio representar 24% do Produto Interno Bruto, empregar 37% da força de trabalho, gerar 36% das exportações. Qual a proporção da retribuição do Estado ao setor agropecuário? Nem um décimo do valor de tão espantosa participação na economia.