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Kátia Abreu nega fim do Ministério de Desenvolvimento Agrário

Perguntada sobre os efeitos da crise política vivida pelo país, ela disse que o ambiente mais turbulento não prejudica o ministério de forma nenhuma

A ministra da Agricultura, Kátia Abreu (PMDB), negou nesta sexta, dia 4, que o Ministério de Desenvolvimento Agrário possa ser extinto – sendo absorvido pelo Ministério da Agricultura na reforma ministerial que está sendo estudada pelo Palácio do Planalto.

– Isso não está em pauta, absolutamente nunca foi tratado no governo. Não está em questão este assunto – disse a jornalistas após participar da solenidade de abertura da 38ª Expointer, na região metropolitana de Porto Alegre.

Perguntada sobre os efeitos da crise política vivida pelo país, ela disse que o ambiente mais turbulento não prejudica o ministério de forma nenhuma.

– Temos tido todo o apoio do Congresso Nacional e, se nós contabilizarmos as outras áreas que não são do Ministério da Agricultura, na grande maioria das votações importantes o Congresso votou a favor do governo – falou.

– Com relação à agricultura, temos muito apoio do Congresso, da Câmara, do Senado, da Frente Parlamentar de Agricultura, não temos tido nenhum tipo de problema.

Ações

Em seu discurso na abertura da feira, a ministra exaltou o esforço do governo da presidente Dilma Rousseff em aumentar os recursos direcionados ao financiamento de máquinas agrícolas, com relação a outras gestões. Kátia fez um apelo aos bancos públicos e privados, pedindo mais agilidade na liberação dos financiamentos ao segmento.

Ela também afirmou que o ministério irá implementar um programa de leite “robusto” no país nos principais Estado produtores.

– Investiremos em 80 mil produtores de leite para que eles possam melhorar sua performance – afirmou, acrescentando que o objetivo é melhorar a qualidade do setor lácteo e a fiscalização sobre ele, para que os produtos sejam aceitos em países como China e Rússia.

A ministra ainda lembrou que o governo está investindo no desenvolvimento da Lei Agrícola Plurianual, para que o setor não dependa apenas de políticas de curto prazo.

– Queremos segurança agrícola – falou.

Kátia discursou para uma plateia formada basicamente por produtores rurais, lideranças do setor e políticos gaúchos. Na tribuna, junto a outras autoridades, estava o governador do Estado, José Ivo Sartori (PMDB), companheiro de partido da ministra. Ele foi alvo de protestos de servidores durante toda a cerimônia. Com faixas e apitos, o grupo de manifestantes gritou palavras de ordem contra o parcelamento de salários efetuado pelo governo estadual como consequência do agravamento da crise financeira do RS. 

No início de sua fala, Kátia proferiu palavras de apoio a Sartori, dizendo que ele vai superar os problemas que foram criados não apenas em uma gestão, mas ao longo de muitos governos no Rio Grande do Sul. 

Cide

A ministra disse ainda que está “trabalhando duro” para que ocorra a elevação da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre os combustíveis, atendendo a uma reivindicação do setor sucroalcooleiro. Segundo ela, a medida representaria um “salto importante” com diferentes efeitos positivos.

De acordo com Kátia Abreu, um aumento da Cide dos atuais R$ 0,22 centavos por litro para algo em torno de R$ 0,60 representaria uma arrecadação extra para a União, entre R$ 12 bilhões e R$ 15 bilhões. Ela acrescentou que, se o tributo subir para R$ 0,40, a arrecadação extra será menor, mas também expressiva.

– E o setor de açúcar e álcool vai ser fortalecido – disse ela, lembrando que o etanol se tornaria mais competitivo frente à gasolina, o que recuperaria a rentabilidade do setor, ajudando tanto o caixa dos usineiros quanto do governo. 

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