Na verdade, a Klabin já começou a demitir. Na tarde dessa quinta, dia 12, em audioconferência, o diretor-geral do grupo, o catarinense Reinoldo Poernbacher, lamentou a necessidade de desligar todos os 118 funcionários da unidade de Ponte Nova (MG), cuja produção de 50 mil toneladas anuais de papel reciclado havia sido suspensa por tempo indeterminado na semana passada.
A previsão de investimentos da Klabin em 2009 é metade dos R$ 587 milhões de 2008. O dinheiro em caixa também está mais curto. Em dezembro do ano passado, a disponibilidade era de R$ 2,1 bilhões e, agora, é de R$ 1,7 bilhão.
O que cresceu foi o endividamento bruto que, por conta da valorização do dólar desde setembro de 2008, chegou a R$ 5,4 bilhões em 31 de dezembro, contra R$ 4,1 bilhões na mesma data de 2007.
No caso específico das cinco unidades de SC ? duas em Lages, uma em Correia Pinto, uma em Otacílio Costa e uma em Itajaí ?, os investimentos limitam-se à conclusão do novo sistema mecanizado de colheita florestal, ações em automação e melhoria de processos, mas apostas como aumento de produção, de capacidade e de florestas, ficarão para depois.
Para enfrentar a crise, a Klabin conta ainda com a melhoria operacional, a produtividade das suas florestas ? só em SC são 70 mil hectares ?, e a disponibilidade de cartões de alto desempenho, que podem pesar até 20% menos e manter a alta qualidade.
? Esta crise é a mais forte dos últimos 80 anos, ninguém está imune aos seus efeitos, e não arriscamos nenhum prazo para o seu fim. A Klabin se esforça para não reduzir produção e empregos em Santa Catarina, e continua fazendo revisão de investimentos, mas, em algum momento, as demissões poderão ser necessárias ? disse Poernbacher.