O estoque de passagem global de suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ) brasileiro ao fim da atual safra 2015/2016, em 30 de junho deste ano, deverá ser de apenas 292.385 toneladas, segundo levantamento da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR) divulgado nesta segunda, dia 15. Caso a estimativa se concretize, o estoque da bebida na passagem para a safra 2016/2017 será 42,7% inferior ao registrado entre a safra passada e o início da atual, de 510.393 toneladas.
O estoque de suco ao final do período atual será ainda o menor desde o início da safra 2011/2012, de 214.361 toneladas, e bem abaixo do estimado em julho do ano passado, ainda no início da safra 2015/2016, em 329.667 toneladas. A CitrusBR informou que em 31 de dezembro de 2015 o estoque somava 728.865 toneladas, o menor da série histórica já registrado para o período pela entidade desde que a medição por meio de auditorias independentes começou a ser realizada e divulgada, em 2011.
Segundo a entidade, que reúne as maiores companhias do setor – Cutrale, Citrosuco e Louis Dreyfus Commodities -, as 292.385 toneladas de suco previstas de estoque ao final da atual safra são suficientes para 14 semanas de consumo, em um cenário de equilíbrio técnico para o cumprimento de contratos. “Historicamente, consideramos que esse equilíbrio acontece ao redor de 300 mil toneladas de estoque em 30 de junho”, informou Ibiapaba Netto, diretor executivo da CitrusBR.
No levantamento de estoques são calculados e somados os totais de suco nas indústrias, da bebida em movimento – em caminhões ou navios -, bem como nos terminais portuários no Brasil e exterior e ainda a armazenada em tambores em terminais de terceiros nos locais de destino.
Rendimento
A CitrusBR informou também que o rendimento industrial na safra 2015/2016 chegou, em janeiro deste ano, a 299,14 caixas de laranja (de 40,8 quilos) para a produção de 1 tonelada de suco de laranja, queda de 24,4% sobre as 240,5 caixas/t do período passado. “Esse é, de longe, o pior rendimento industrial já registrado”, informou Netto. “A safra está atrasada e ainda há laranja para ser processada, o que nos leva a acreditar que o número final deve ser ainda pior”, completou.
A piora no rendimento industrial ocorreu, segundo a CitrusBR, por conta das condições climáticas adversas durante a safra 2015/2016. No primeiro semestre de 2015, os pomares enfrentaram uma intensa seca, que afetou a extração de suco da fruta, fenômeno conhecido como cristalização. Já no segundo semestre, o problema foi o excesso de chuvas o que aumentou a quantidade de água nas frutas e, consequentemente, piorou o rendimento industrial.