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Com oferta restrita e preço recorde, volume exportado de suco recua 16%

O levantamento considera a soma dos volumes de suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ) e do o suco fresco, ou não concentrado e congelado (NFC)

Fonte: Pixabay / divulgação

A exportação brasileira total de suco de laranja somou 605.498 toneladas nos oito primeiros meses da safra 2016/2017, entre julho do no passado e fevereiro deste ano, queda de 16% sobre o total de 720.834 toneladas de igual período da safra 2015/2016. Puxada pelos preços recordes, graças à oferta restrita da bebida, a receita com as exportações totais de suco caiu menos – ou 7% entre os mesmos períodos – de US$ 1,17 bilhão para US$ 1,09 bilhão.

O levantamento, divulgado pela Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR) a partir dos dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), considera a soma dos volumes de suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ) e do o suco fresco, ou não concentrado e  congelado (NFC). O volume de NFC, que é seis vezes maior, é transformado no equivalente em FCOJ e somado ao do concentrado no total divulgado.

“Desde o início da safra, que se apresentou como uma das mais enxutas dos últimos 30 anos, sabíamos que seria um ano bastante desafiador para as nossas empresas, que estão trabalhando para atender às necessidades do mercado. Mas ainda temos quatro meses pela frente até a finalização dessa temporada e precisamos esperar para ter uma visão mais consolidada”, disse o diretor executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto.

O volume vendido nos oito primeiros meses da safra 2016/2017 para a União Europeia, principal mercado do suco de laranja brasileiro, recuou 24% ante igual período de 2015/2016, de 502.925 toneladas para 380.199 toneladas de FCOJ equivalente. Já a receita entre os períodos caiu de US$ 822,2 milhões para US$ 686,6 milhões, baixa de 16%.

Segundo fontes do mercado, as empresas do setor teriam reduzido os embarques da bebida justamente por causa da oferta de suco no Brasil, que enfrenta um cenário cuja safra de laranja será a menor desde a 1988/1989 e os estoques previstos ao fim do período serão os mais baixos da história.

Ao contrário da safra 2015/2016, quando o mercado norte-americano freou as exportações brasileiras, as vendas da bebida para os Estados Unidos se recuperaram até agora em 2016/2017 e cresceram 5% em volume, para 133.856 toneladas de FCOJ equivalente, e 23% em receita, para US$ 244,11 milhões, ambos sobre igual período da safra passada.

A bebida enviada aos Estados Unidos é utilizada basicamente para a mistura ao suco de laranja produzido lá antes de ser comercializado no mercado local. Com a produção norte-americana em queda por causa da ação do greening na Flórida, principal praga dos pomares, e o fechamento de fábricas naquele Estado norte-americano, a demanda pela bebida brasileira tem aumentado.

Ainda segundo o levantamento da CitrusBR, nos mercados asiáticos, menores que os da União Europeia e dos Estados Unidos, as exportações ao Japão recuaram 32% em volume, para 20.154 toneladas de FOCJ equivalente e 29% em receita, para US$ 32,9 milhões entre os mesmos períodos. As vendas de suco de laranja para a China subiram 17%, para 21,3 milhões, com alta de 22% na receita, em US$ 38,7 milhões nos oito meses de safra.

A queda no mercado japonês é atribuída pela CitrusBR à concorrência do suco de laranja com bebidas à base de vegetais. Na China, o crescimento ainda é de difícil avaliação, já que, apesar de aquele mercado ser muito sensível a preços, o volume e a receita cresceram na atual safra. “Precisamos esperar para ver se essa tendência se mantém”, frisou Netto.

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