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Em CPI, executivos de empresas do setor de suco de laranja negam prática de cartel

Comissão da Assembleia Legislativa de São Paulo investiga cartelização da citricultura 

Fonte: Pixabay

O diretor institucional da Citrosuco, Clauber Andrade Souza, afirmou nesta quinta-feira, dia 8, em depoimento à CPI da Cartelização da Citricultura da Assembleia Legislativa de São Paulo, que a companhia nega a prática de cartel no setor. “Quero aproveitar a oportunidade para reforçar a negativa que a Citrosuco tem em qualquer prática a essa conduta que se investigou”, disse o executivo. 

A informação foi dada após Souza ser indagado sobre o acordo feito pela Citrosuco e outras empresas produtoras de suco de laranja para o encerramento do processo no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), pelo qual as companhias aceitaram pagar R$ 301 milhões e assumir a prática de cartel para a compra da fruta, em novembro passado.

“Houve o acordo, cujos detalhes infelizmente não podemos dar pelo sigilo. Mas podemos declinar que houve uma contribuição pecuniária revertida a um fundo difuso de interesse coletivo”, afirmou Souza. Indagado pelos deputados se poderia dar informações comerciais sobre a companhia, ele declinou e disse que são “informações concorrencialmente sensíveis” e poderiam ser obtidas por meio de ofícios enviados pela CPI.  

O diretor da Citrosuco seguiu o mesmo caminho do diretor de operações da Plataforma de Citros da Louis Dreyfus Company (LDC), Jorge Costa, que também não forneceu informações técnicas sobre a empresa, negou a prática de cartel e não detalhou o processo do Cade.

“Até onde eu tenho conhecimento, não existe cartel de laranja, mas uma livre concorrência, pois a precificação é feita pelo mercado (…). Não acredito que tenha havido cartel, não é essa a dinâmica do setor”, disse.

Outra grande companhia do setor, a Cutrale enviou como representante para o depoimento seu diretor agrícola, Valdir Guessi. O executivo foi ainda mais sucinto, por, segundo ele, desconhecer as práticas comerciais da processadora. “Não participei e não conheço que tenha havido na empresa algum acordo. Como área agrícola, de produção, não participo da formulação de contratos ou acordos” afirmou. “Não compro, nunca estive na negociação de compra de laranja”, completou Guessi.

Os depoimentos irritaram parlamentares presentes no período de pouco mais de duas horas que durou a sessão da CPI. O vice-presidente da comissão e autor do pedido, deputado estadual Barros Munhoz (PSDB) solicitou a convocação de representantes das empresas responsáveis pela compra direta da fruta. “Eu saí com mais perguntas do que eu entrei”. 

Já o deputado José Zico Prado (PT) solicitou a convocação de representantes do Cade para esclarecerem o acordo. Os pedidos foram aprovados. 

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