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Estudo indica que greening se desenvolve menos em temperaturas maiores

Pesquisa completa sobre a incidência do greening e das principais doenças que afetam os citrus deve ser concluída em agosto

Pesquisadores da região do cinturão cítrico, no Sudeste do país, fizeram uma descoberta importante sobre o greening, a doença que mais afeta a produtividade. O resultado vai ser divulgado em agosto, mas já deu para perceber que em áreas mais quentes a doença evolui menos.

Uma fazenda em Anhembi, região Centro-Sul de São Paulo, tem diferentes variedades cítricas plantadas em 800 hectares. O controle de pragas é intenso, já que desde 2011 o greening foi responsável pela perda de 1% da produção anual de laranja.

– Nós temos o manejo interno da fazenda, a gente realiza duas pulverizações durante o mês. A gente tem inspeção mensal também de pragas e faz o monitoramento com armadilhas amarelas na propriedade – enumera o supervisor de Processos Agrícolas, Felipe Michigami.

O último censo divulgado pelo Fundo de Defesa Citrícola reforçou que o cinturão paulista e do Triângulo Mineiro são os maiores produtores e exportadores de suco de laranja do mundo. Apesar da alta produtividade da região, desde 2004, a bactéria conhecida como HLB acendeu um sinal de alerta na citricultura.

– Tudo começa pelas brotações, o inseto se alimenta e se multiplica nas plantações novas. Então, se um broto desse estiver se desenvolvendo num ramo doente, ele vai ter a bactéria – indica Sílvio Lopes, pesquisador do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus).

Depois de entrar na seiva do broto, a bactéria se alastra pelas veias da planta. Um pé doente pode ser visivelmente identificado pelo produtor: as folhas caem e ficam amareladas, já os frutos não se desenvolvem e ficam tomados por dentro. 

Um levantamento amostral feito pelo Fundecitrus em 2012 revelou que as maiores incidências da bactéria e do inseto que transmite a doença eram nas regiões centro e leste do cinturão cítrico, áreas com temperaturas mais amenas. A informação despertou a curiosidade dos pesquisadores.

– Nós começamos com umas câmaras de crescimento, são ambientes onde você consegue controlar a temperatura, a umidade, a luminosidade. Nessas câmaras, a gente procurou reproduzir as condições ambientais dessas regiões. E quando a gente fez esses estudos dentro das câmaras, percebeu que nas plantas expostas ao calor a bactéria não multiplicava bem nas brotações – explica Lopes.

A pesquisa completa sobre a incidência do greening e das principais doenças que afetam os citrus deve ser concluída em agosto. Os resultados vão servir de base para aprimorar técnicas de controle e reduzir custos ao produtor.

– Esse estudo, ele vai trazer um raio-x do estado e o quanto que tem a doença evoluída, ou não. Baseado nisso, dependendo da sua região, você sabe quais estratégias tomar para que você tenha um controle efetivo da doença – sugere o engenheiro agrônomo do Fundecitrus Maniezo Rodriguez.

Lopes reforça que o objetivo, na verdade, é ajudar o produtor a tomar as decisões mais corretas, reduzindo o custo e os esforços no controle da doença. 

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