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Laranja: área de pomares abandonados cai 70% em São Paulo e Minas

Principais motivos para reativação de pomares são melhora das condições de preço da fruta e expansão do mercado

Fonte: Pixabay/divulgação

A pesquisa de estimativa de safras realizada pelo Funde de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) mostrou que o número de pomares abandonados teve redução de 70% em 2017. A área caiu de 6.511 hectares, identificados no levantamento feito em 2016, para 1.977 hectares. O parque citrícola de São Paulo e Minas Gerais é composto por uma área total de 402.566 hectares pomares de laranja.

Os 4.534 hectares de diferença representam pomares que voltaram a compor a área produtiva de laranja. Os principais motivos para a reativação, segundo o Fundecitrus, são a melhora das condições do preço da laranja e a expansão do mercado.

Os pomares abandonados são aqueles sem tratos culturais, com controle fitossanitário insatisfatório e elevado grau de infestação de pragas e doenças e mato alto. Tais características indicam que nesses pomares não haverá colheita na atual safra. 

“Essas áreas representam um grande risco para a citricultura, pois servem de constante fonte de doença e criadouro de pragas, sobretudo do psilídeo Diaphorina citri, transmissor do greening, a pior doença da citricultura. Eles devem ser erradicados porque comprometem os citricultores que estão cuidando de seus pomares e desenvolvendo um controle adequado”, afirma o gerente geral do Fundecitrus, Juliano Ayres. 

“Os citricultores que implantam um novo pomar atualmente são profissionais e estão cientes da complexidade da atividade e dos riscos fitossanitários existentes. Todavia, vale ressaltar que mesmo diante dos desafios do greening, a citricultura paulista vem se modernizando e incrementando sua eficiência e produtiva”, completa.

O censo do Fundecitrus  também apontou que a retração do parque citrícola foi menor neste ano, caindo de 28.842 hectares (2016) para 14.307 (2017), uma diferença de 50%. Dos erradicados em 2017, 2.344 hectares foram replantados com laranja, renovação que corresponde a 28% dos 8.476 hectares de pomares formados em 2016.

“A diminuição da erradicação, a renovação de pomares e a recuperação de áreas que estavam mal manejadas ou abandonadas são sinais de que o setor está mais otimista com a laranja, mas a manutenção dos novos plantios em patamares baixos mostra também uma postura cuidadosa dos produtores, uma preocupação em não aumentar excessivamente a oferta diante da demanda em queda nos principais mercados tomadores de suco de laranja”, diz o coordenador da pesquisa de estimativa de safra, Vinícius Trombin.

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