Segundo o diretor executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto, entre as safras 2004/2005 e 2006/2007 e a atual safra, o consumo mundial de suco de laranja caiu de 2,4 milhões de toneladas para 2,1 milhões de toneladas e as exportações brasileiras recuaram de um pico de 1,5 milhão de toneladas anuais para 1 milhão de toneladas.
– Desde então, o acumulado na redução da demanda corresponde a toda uma safra brasileira – disse Netto, durante a Semana da Citricultura, que ocorre em Cordeirópolis, interior paulista.
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Segundo o executivo da entidade que reúne as três grandes processadoras do País – Cutrale, Citrosuco e Louis Dreyfus Commodities –, além de ações para fomentar o consumo do suco no mercado externo, a saída para retomar a demanda da fruta e da bebida é incentivar o mercado interno. Esse incentivo passa por uma redução nos tributos e pelo incentivo ao consumo.
Dados da CitrusBR apontam que uma caixa de caixa de laranja é capaz de produzir 20 litros de suco e paga R$ 40 em impostos, ou 27,2% em tributos da bebida e uma tributação total de 34%.
– Não há mercado que possa decolar com essa tributação. O setor pede uma renúncia fiscal de R$ 225 milhões por ano no suco, o que é bem menos do que a ajuda dada ao setor pelo governo em operações nos últimos anos – afirmou.
Caso isso ocorra, a demanda anual pelo suco no mercado interno poderia crescer em até 200 mil toneladas nos próximos dez anos ou uma demanda adicional de 50 milhões de caixas por ano.
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– Isso faria com que o Brasil se tornasse o maior cliente dele próprio – explicou o executivo.
Outro levantamento mostra ainda que, se o consumo de outras bebidas fosse transformado em laranja, seriam necessárias 957 milhões caixas da fruta para suprir a demanda anual de refrigerantes, 687 milhões de caixas do consumo de café e de 507,8 milhões de caixas caso o consumo de leite fosse substituído por suco de laranja.
– O suco 100% de laranja comercializado no Brasil consome só 4,4 milhões de caixas, o que qualquer grande produtor seria capaz de suprir –concluiu Netto.