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Laranja

Renda de citricultor deve cair com oferta alta em 2019/20, dizem especialistas

Segundo estudos da Universidade de São Paulo, os preços da caixa da fruta devem cair da média atual de R$ 25 para entre R$ 15 e R$ 18

jarra com suco de laranja
 A produção de laranja deve crescer 36% no cinturão entre São Paulo e Minas Gerais. Foto: Pixabay

A renda do citricultor brasileiro deve cair na safra 2019/2020, com o crescimento da oferta de laranja no país e nos Estados Unidos, principais países produtores e exportadores de suco, de acordo com avaliação de especialistas dessa cadeia produtiva na Semana da Citricultura, em Cordeirópolis (SP). A produção de laranja deve crescer 36% no cinturão entre São Paulo e Minas Gerais, para 389 milhões de caixas (de 40,8 quilos), e a oferta da fruta deve ser ampliada também na Flórida, com a recuperação dos pomares do Estado norte-americano dos danos causados em 2017 pelo furacão Irma.

Nesse cenário, Marcos Fava Neves, sócio da Markestrat e professor da Universidade de São Paulo (USP) e da Fundação Getulio Vargas (FGV), avalia que a laranja, “uma cultura extremamente rentável nos últimos anos, não vai continuar assim nos próximos anos”.

Os preços da caixa da fruta, segundo ele, devem cair da média atual de R$ 25 para entre R$ 15 e R$ 18 nos próximos anos, segundo Fava Neves. “Além disso, a demanda externa vem caindo e tomaria cuidado para novos investimentos”, explicou.

Fava Neves avalia que a citricultura brasileira precisa “seguir como está”, ou seja, não há espaço para o crescimento no plantio nesse cenário de aumento da produtividade e da demanda em queda nos principais mercados. “Não dá para esperar da citricultura o que esperamos da soja e das carnes. A saída é que os mercados interno e de emergentes compensem boa parte da queda de mercados consolidados. Temos agora que segurar a queda dos consolidados e seria bom se citricultura brasileira seguisse como está.”

Para o economista José Roberto Mendonça de Barros, sócio da MB Agro e da MB Associados, o setor “inequivocamente está muito perigoso” por causa da perspectiva de oferta em alta e do aumento da produtividade nos pomares comerciais. “Se o clima seguir bom, com oferta grande, o preço vai sentir mesmo”, afirmou.

No evento, o diretor executivo da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), Ibiapaba Netto, estimou que das 389 milhões de caixas de oferta esperada para a safra 2019/2020 340 milhões de caixas devem ser processadas, o que geraria uma oferta potencial de 1,3 milhão de toneladas concentrado e congelado (FCOJ) equivalente.

Se confirmado, o volume produzido será 48,5% superior ao de 875.172 toneladas de FCOJ equivalente da safra 2018/2019.

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