A safra de laranja 2021/22 do cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro se encerrou em 262,97 milhões de caixas de 40,8 kg. Cerca de 23,35 milhões de caixas foram produzidas no Triângulo Mineiro.
O resultado final foi 10,61% menor do que o volume inicialmente esperado, em maio de 2021. Houve uma quebra expressiva de 31,20 milhões de caixas na estimativa.
O levantamento, divulgado nesta segunda-feira (11), é do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) com a cooperação da Markestrat, FEA-RP/USP e FCAV/Unesp.
Conforme relatório do Fundecitrus, embora tenha sido um ciclo de bienalidade positiva, ano em que as plantas produziram uma quantidade maior de frutos, a redução drástica das chuvas e as geadas atípicas de alta intensidade inibiram o crescimento das laranjas e contribuíram para o aumento da queda prematura de frutos, reduzindo a quantidade de laranjas que chegaram à colheita. Com essas condições, os pomares perderam produtividade, o que fez a safra recuar 2,11% em comparação à temporada anterior, configurando o segundo ano consecutivo de safra pequena.
Taxa de queda dos frutos
A taxa média de queda de frutos do cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro, no acumulado da safra 2021/22 (maio de 2021 a março de 2022), foi estimada em 21,80%, segundo o Funcitrus. Além de ser o maior índice desde o início dos levantamentos feitos pelo fundo, a partir da safra 2015/16, “o resultado também é preocupante pela grande concentração de talhões que apresentaram taxas de queda muito altas”.
Conforme o relatório do Fundecitrus, que divulgou hoje a última pesquisa sobre a produção em 2021/22, o principal motivo da queda de frutos, com 5,50%, continuou sendo a categoria que inclui a queda natural (4,52%) e a mecânica (0,98%), que é causada principalmente pela poda e trânsito de máquinas. “Mais uma vez, ocorreram quedas significativas em função da rachadura da casca dos frutos, ocasionada pela perda de plasticidade da casca provocada pela seca severa, respondendo por 1,65% da queda de frutos prematuros”, destaca o relatório.
No período completo da safra, de maio de 2021 a março de 2022, a precipitação média acumulada no cinturão citrícola foi de 966 milímetros, o que corresponde a 366 milímetros ou 27% abaixo da média histórica, que é de 1.332 milímetros, de acordo com dados da Somar/Climatempo Meteorologia. “Em todas as regiões, com exceção do Triângulo Mineiro, os acumulados ficaram inferiores às respectivas normais climatológicas (1981- 2010)”, diz o Fundecitrus.
Com a situação crítica do clima, de acordo com a pesquisa, a maioria dos pomares sofreu deficiência hídrica, o que levou a uma redução do crescimento dos frutos já desenvolvidos. “O peso médio das laranjas foi de 143 gramas, 15% menor do que as das últimas cinco safras (média de 169 gramas). A projeção inicial era de que atingiriam 157,5 gramas na colheita”, explica o Fundecitrus.
Entre as principais pragas e doenças que provocaram a queda de frutos, em primeiro lugar, com 5,63%, ficou o bicho-furão em conjunto com a mosca-das-frutas. “O aumento populacional desses insetos foi observado na safra 2018/19 e, desde então, permaneceu na primeira ou segunda posição das causas de queda”, mostra a pesquisa. O greening, com 3,08%, apareceu em segundo lugar, por causa da alta intensidade da doença.
A primeira estimativa da safra de laranja 2022/23 e o inventário de árvores serão divulgados pelo Fundecitrus no dia 26 de maio de 2022.