Foram feitas avaliações em laboratório e no campo. Os testes começaram em câmaras de crescimento instaladas no Fundecitrus. Nestes equipamentos é possível controlar com precisão as condições de umidade e temperatura. As plantas doentes foram expostas a diferentes temperaturas e nas mais altas a velocidade da multiplicação da bactéria nos brotos diminuiu.
O estudo seguiu com experimentação no campo em duas regiões de climas contrastantes: Comendador Gomes, no Triângulo Mineiro, onde as temperaturas no verão podem chegar aos 40°C e os invernos são amenos; e Analândia, na região Central do estado de São Paulo, com verões menos intensos e temperaturas mais frias no inverno. Para garantir a segurança do pomar, as árvores doentes permaneciam “engaioladas” em mini estufas para não servirem de foco de contaminação para as outras plantas. A cada dois meses, psilídeos eram colocados para se alimentar nos brotos e, em seguida, tanto insetos como plantas eram analisados no laboratório do Fundecitrus.
A concentração da bactéria nos brotos das plantas de Comendador Gomes foi menos da metade da encontrada nas plantas de Analândia. Além disso a porcentagem de brotos infectados foi 80% menor e a taxa de aquisição da bactéria pelo psilídeo menor que um terço.
Após serem feitas cerca de 2,5 mil avaliações por meio de PCR, constatou-se que quanto maior o número de horas com temperaturas acima de 30°C e menor a quantidade de chuvas, menor a concentração de bactéria.
– Não se pode atribuir a uma única causa o aumento ou a diminuição da velocidade de crescimento do HLB nas diferentes regiões do parque citrícola. Mas é possível afirmar que o clima afeta a bactéria e o psilídeo. Nosso objetivo continua sendo identificar e entender melhor os fatores que influenciam na disseminação da doença e com isto poder ajudar o produtor a aprimorar as medidas de controle a serem tomadas no campo –explica o pesquisador do Fundecitrus Silvio Lopes, responsável pelo estudo.