As vendas de defensivos em São Paulo para o setor citrícola aumentaram em torno de 30% até abril na comparação com igual período do ano passado, graças ao momento de recuperação vivido pelo setor, que tem obtido preços razoáveis na venda de laranja e suco. A avaliação é do diretor de Operações da Agrofito, uma das maiores revendas de insumos do estado de São Paulo, Francisco Ricardo de Toledo. “O pessoal do citros ficou uns cinco anos sem investir. Este ano estão vendendo bem, a preços entre R$ 17 e R$ 19 por caixa, é um preço bom e com isso os produtores vêm comprando mais defensivos para a laranja que está sendo colhida”, afirmou Toledo.
No começo de abril, a última Pesquisa de Estimativa de Safra (PES) de laranja 2015/2016 no parque comercial citrícola de São Paulo e Minas Gerais, o maior do mundo, indicou uma produção de 300,65 milhões de caixas (de 40,8 quilos cada) na região. O total é 7,76% maior que a primeira estimativa, de 278,993 milhões de caixas, feita em maio de 2015, e 3,7% superior à projeção de fevereiro, de 289,92 milhões de caixas.
Por outro lado, o último levantamento da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR) apontou que o estoque de passagem global de suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ) brasileiro ao fim da atual safra, em 30 de junho, deverá ser de apenas 292.385 toneladas. Se a estimativa se concretizar, o estoque no começo da safra 2016/2017 será 42,7% inferior ao do período anterior, de 510.393 toneladas. O estoque de suco ao fim do período atual será ainda o menor desde o início da safra 2011/2012, de 214.361 toneladas, o que tende a sustentar os preços da commodity no mercado internacional.
Em abril, as indústrias brasileiras também estavam com baixos estoques, enquanto havia oferta considerável de laranja nos pomares. Com isso, a CitrusBR projetava que as empresas emendassem o processamento das frutas para a produção de suco entre as safras 2015/2016 e 2016/2017, o que seria inédito no setor.
As vendas mais volumosas, segundo Toledo, da Agrofito, também aumentaram o peso dos citros nos negócios da empresa. No ano passado, o setor foi o 4º colocado nas vendas da empresa. Agora, está em segundo lugar, atrás apenas do setor de amendoim, relevante no estado. Em seguida, aparecem os negócios relacionados à soja e ao milho.