O investimento de R$ 30 milhões está assentado em um terreno de 150 mil metros quadrados, com 6 mil de área construída. A torre de secagem de 30 metros de altura e equipamentos de última geração importados da Itália estão em teste para iniciar o beneficiamento de 1,2 milhão de litros de soro de leite por dia. São pasteurizadores, centrífugas e resfriadores em aço inoxidável por onde passará a matéria-prima até ser transformada em pó.
O soro, que antes era descartado no ambiente ou usado na alimentação animal, ganhará outra dimensão. O subproduto do leite vai agregar valor ao ser utilizado como insumo na fabricação de alimentos, como pães, biscoitos e massas, e na composição de sorvetes, chocolates, bebidas isotônicas, lácteas e leites modificados.
A região foi escolhida pelo grupo Renner Herrmann para instalação da unidade por ser um centro estratégico para coleta de soro.
? Num raio de 200 quilômetros de Estação é possível recolher um volume de 2 milhões de litros de soro, das queijarias instaladas no norte do Rio Grande do Sul e oeste catarinense ? diz Edson Luiz Gottlieb, gerente industrial da unidade.
A Relat vai gerar cem empregos diretos e outros cem indiretos quando estiver em pleno funcionamento e vai movimentar a economia do município de 6 mil habitantes. Para a prefeitura, a estimativa de aumento de arrecadação, a partir do retorno do ICMS, é de R$ 2 milhões.
Nova fonte de lucro
Na unidade da queijaria Santa Clara, que processa 150 mil litros de queijo mussarela e prato diariamente, o soro excedente da produção era um problema. A indústria tinha custo para tirar o produto da unidade em tanques e transportar, sem qualquer retorno, para suinocultores da região que utilizam o soro na alimentação animal.
Com contrato fechado com a Relat, o coordenador de política leiteira da Santa Clara, Alessandro Bortolini, diz que a empresa passará a vender 120 mil litros diários de soro. Em um ano, o prejuízo vai se transformar em R$ 500 mil de lucro com a venda do subproduto, que antes era descarte.