Lavouras de cacau do sul da Bahia retomam produtividade

Região sofria com a falta de alternativas técnicas eficazes para o combate de pragasProdutores de cacau do sul da Bahia estão retomando a produtividade nas lavouras. A região vinha sofrendo com a falta de alternativas técnicas eficazes para o combate da vassoura-de-bruxa. Agora novas formas de manejo tem sido a saída para incrementar a produção, que já triplicou em algumas propriedades.

O sul da Bahia já foi um dos maiores produtores de cacau no mundo, mas no fim da década de 1980, a praga chamada vassoura-de-bruxa quase transformou a cultura inviável na região. A produtividade caiu cerca de 75%.

Preocupadas com a pouca oferta da matéria prima, as principais indústrias de beneficiamento de cacau no Brasil criaram um projeto, que está permitindo a revitalização da cultura.

O Projeto Phoenix selecionou 25 fazendas no sul da Bahia. Em cada propriedade foram escolhidos os cinco piores hectares, os mais degradados. Com um pacote tecnológico de práticas, a produtividade passou de 11 arrobas por hectare em 2009/2010, para 33 arrobas em 2010/2011, trazendo de volta a esperança dos produtores de cacau.

Produtores que pensaram em desistir da cultura e erradicar todos os pés de cacau agora estão animados com o futuro da produção. O avô do produtor Elício Amado começou a produzir cacau há mais de 90 anos. Ele passou por tempos bem difíceis também, mas agora vê a produção ganhando força novamente. 

Para superar a praga e trazer de volta o ânimo dos produtores, foram investidos mais de 650 mil euros, cerca de R$ 2 milhões, que estão sendo coordenados pela Associação das Indústrias Processadoras de Cacau (Aipc) aplicados na região cacaueira no sul da Bahia.

Cerca 75% desse investimento foi feito pelo Ministério da Agricultura da Holanda, que financia projetos para alavancar a produção de cacau no mundo.

Os produtores comemoram os resultados e já pensam em ultrapassar a produtividade dos tempos áureos do cacau.