Leião de Pepro da laranja comercializa 100% dos prêmios em São Paulo

Foram negociados prêmios para apoiar a comercialização de 25 mil caixas em Minas Gerais, que correspondem a 25% da oferta total de 100 mil caixasO oitavo leilão do Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro) da laranja, realizado nesta quinta, dia 29, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), negociou 100% da oferta de apoio à comercialização de 4 milhões de caixas em São Paulo. No pregão foram negociados prêmios para apoiar a comercialização de 25 mil caixas em Minas Gerais, que correspondem a 25% da oferta total de 100 mil caixas. O valor pago pelo governo para subvencionar os preços totalizou R$ 19,6 milhões.

Por meio dos leilões, o governo concede subsídios aos citricultores que arrematarem os prêmios, pagos após a comprovação da venda da laranja para as indústrias, assegurando o preço mínimo de R$ 10,10 por caixa de 40,8 kg. No leilão desta quinta, o subsídio pago pelo governo foi de R$ 4,94/caixa, o que representou para as indústrias desembolso de R$ 5,16/caixa na compra da mercadoria. O valor é inferior aos R$ 6,43/caixa praticados hoje no mercado spot para a laranja posta na indústria paulista, segundo o levantamento de preços do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP).

Nos sete leilões, contando com o realizado nesta quinta, foram arrematados R$ 68,024 milhões em prêmios, valor suficiente para subsidiar a comercialização de 16,580 milhões de caixas de laranja, que correspondem a 66% do apoio ofertado para 25,3 milhões de caixas. Em São Paulo foram arrematados prêmios relativos a 16,363 milhões de caixas (68% da oferta de 24 milhões de caixas) e em Minas Gerais 216,6 mil caixas (17% da oferta de 1,3 milhão de caixas). O prêmio pago pelas indústrias pela média ponderada ficou em R$ 5,34/caixa.

O presidente da Câmara Setorial da Citricultura vinculada ao Ministério da Agricultura e do Sindicato Rural de Taquaritinga (SP), Marco Antonio dos Santos, explicou que o bom desempenho do leilão desta quinta se deve ao fato de ser o último do mês, quando aumenta a entrega de laranja na indústria. Ele afirmou que o baixo desempenho dos leilões Minas Gerais se deve a questões burocráticas, pois enquanto São Paulo tem um regime especial que permite ao citricultor escoar a produção e fechar a operação com o Fisco no final do mês, o governo mineiro exige uma nota fiscal por caminhão entregue na fábrica.

Santos disse que a questão do entrave aos leilões de Pepro em Minas Gerais só deve ser revolvida na elaboração das normas para os leilões da próxima safra. Ele afirmou que já encaminhou ao governo solicitação para que os leilões iniciados em setembro sejam realizados até abril do próximo ano, às vésperas do início da colheita da safra 2013/2014. O objetivo é permitir que o apoio do governo à comercialização alcance as 40 milhões de caixas previstas quando o programa foi lançado para escoar o excesso de produção e evitar que parte da safra apodrece nos pomares por falta de compradores.

A Conab realizou nesta quinta o terceiro leilão de prêmio para escoamento da laranja (PEP), que subsidia o frete para o comerciante que vender a mercadoria fora de São Paulo e Minas Gerais, além de Paraná, Paraíba e Bahia. O governo dobrou a oferta no leilão desta quinta para 550 mil caixas (500 mil em São Paulo e 50 mil em Minas Gerais). Houve interesse apenas por 86,5 mil caixas em São Paulo, ao prêmio de R$ R$ 6,47/caixa, que representou para o comprador desembolso de R$ 3,63 na compra de cada caixa de 40,8 kg de laranja. Santos afirmou que a exigência de pagamento antecipado ao produtor na compra da laranja é um dos fatores que limita os volumes no leilão de PEP, pois o mercado habitualmente trabalha com prazo de 30 dias. 
 

Agência Estado