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Leilão de contratos de opções de venda de café negocia 85,6% da oferta

Preço de referência para entrega do café da variedade arábica é de R$ 343 a saca e o exercício da opção está previsto para março do próximo anoO ordenamento da oferta que vem sendo defendido pelo governo para evitar a pressão baixista sobre os preços do café funcionou no primeiro leilão de contratos de opções de venda realizado nesta sexta, dia 13, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Em pouco mais de 20 minutos, foram negociados 8.565 contratos (856 mil sacas), que correspondem a 85,65% da oferta, mas não houve disputa pelos lotes que pudesse resultar em ágios sobre o prêmio de abertura de R$ 1,715 a saca, mesmo em Minas

Em Minas Gerais, foram arrematados os 7 mil contratos ofertados (700 mil sacas) e em São Paulo, todos os 1,4 mil (140 mil sacas). Na Bahia, foram arrematados 65 contratos (6,5 mil sacas), que correspondem a 16,25% dos 400 ofertados.

No Espírito Santo, a demanda foi por apenas 20 contratos (2 mil sacas) dos 700 ofertados. No Paraná, foram arrematados 80 contratos (8 mil sacas) dos 500 ofertados. O preço de referência para entrega do café da variedade arábica é de R$ 343 a saca e o exercício da opção está previsto para março do próximo ano.

– É um seguro de preço que o governo federal oferece aos produtores para que eles vendam o produto mais na frente por um preço previamente determinado – diz o gerente de operações de mercados físicos da Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM), Cesar Henrique Bernardes Costa.

Para receber R$ 343,00 pela saca de café arábica, o produtor paga o prêmio de R$ 1,71. Se até março de 2014, o valor de mercado da saca for menor do que o preço que o governo garantiu para o leilão, o produtor entrega a saca à Conab e recebe o que ficou acertado no contrato de opção. Se o preço subir, o cafeicultor pode não entregar a mercadoria à Conab, perdendo o valor que havia pago pelo prêmio, mas recebendo a mais pelo café no mercado.

– Para participar do leilão, você tem que estar em ordem no Sicaf [Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedo], tem que mandar demonstrativo de lavoura, autorização de corretagem, tudo isso antes do leilão. Como o edital do leilão saiu sexta passada, os produtores tiveram quatro dias úteis para apresentarem a documentação na bolsa – explica o corretor do Novo Mundo Corretora de Mercadorias, Roberto Trussardi de Almeida Prado.

– O produtor que quiser participar tem que entrar em contato com uma corretora de mercadorias vinculada à bolsa, preparar a documentação de credenciamento e dar sua ordem. Lembrando que cada produtor está limitado a adquirir cinco contratos de cem sacas cada por todos os três leilões – diz o gerente de operações de mercados físicos da BBM.

O leilão serve pra garantir renda ao cafeicultor devido a queda dos preços do café. A medida foi muito reivindicada pelo setor.

– Até acredito que saiu um pouco atrasado. Os produtores estavam esperando há muito tempo para ter a retirada de opções do governo – opina Almeida Prado.

Os próximos leilões ocorrem em 20 e 27 de setembro, finalizando um total de R$ 5,8 bilhões ofertados pelo governo.

• Veja a Portaria Interministerial 842 com os parâmetros para o lançamento dos contratos

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