O leilão foi o segundo realizado pelo governo federal para compra de 103 mil toneladas de milho para entrega nos portos da região Nordeste. No primeiro pregão, na quarta da semana passada, a Conab não conseguiu negociar nenhum lote, pois os prazos de entrega, entre 2 a 14 de maio, foram considerados curtos pelas tradings.
O fracasso do leilão da semana passada levou o governo a ampliar o prazo de entrega do milho até 8 de junho, mas mesmo assim as empresas resolveram não arriscar, pois os portos estão congestionados com o escoamento da safra de grãos, que atinge o pico em maio. As empresas temem não conseguir atender o compromisso e serem penalizadas com multas e perda da caução, além de não poder participar dos próximos leilões da Conab, que no segundo semestre deve apoiar a comercialização no Centro-Oeste por meio de Prêmios para Escoamento da Produção (PEP).
O resultado desta sexta frustra mais uma vez as expectativas do governo, principalmente da Casa Civil, pois a presidente Dilma Rousseff garantiu aos governadores do Nordeste que 340 mil toneladas de milho seriam entregues aos produtores da região entre abril e maio. O milho será doado aos governos estaduais, que assumiram o compromisso pelas operações de ensacamento e remoção do cereal dos portos até os postos de distribuição no interior, para venda a R$ 18,12/saca nos lotes de até três toneladas e R$ 21/saca até seis toneladas. O milho comprado pela Conab no leilão desta sexta foi negociado pelo preço de abertura e custará R$ 43,85/saca, já desembarcado em Salvador.
Frete
O leilão de frete realizado pela Conab para remoção de 11.318,4 toneladas de milho negociou 100% dos lotes ofertados. O preço médio foi de R$ 20,62/saca com deságio de 26,2% em relação ao valor de abertura. O pregão desta sexta mostrou que, mesmo na época de pico de escoamento da safra, a Conab não enfrenta dificuldades, como no segundo semestre do ano passado, de contratar caminhões para levar o cereal aos postos de distribuição nas regiões Norte e Nordeste.
O custo de remoção para Natal (RN) de um lote de 5.567,4 toneladas, depositado em Pedra Preta (MT), saiu por R$ 21,22/saca, após uma disputa entre várias empresas, que resultou em um deságio de 29% em relação ao preço de abertura de R$ 29,87/saca. Outro lote de 1.500 toneladas, de Chapadão do Céu (GO) para Jaguaribe (CE) saiu por R$ 20,20/saca, valor 26,2% abaixo do preço de abertura que era de R$ 27,36/saca.
A remoção de um lote de três mil toneladas de milho, de Sorriso (MT) para Manaus (AM), foi arrematado por R$ 20,38/saca e 25,1% abaixo do preço de abertura (R$ 27,21/saca). Um lote de 1.250 toneladas de Sorriso para Ananindeua (PA) e Rio Branco (AC) será removido por R$ 19,06/saca, com deságio de 13,2% sobre o preço de abertura de R$ 21,96/saca.
>>Saiba mais no site especial SOS Logística