Leilão de milho realizado pela Conab negocia apenas um lote para entrega nos portos do Nordeste

Empresas resolveram não arriscar, pois os portos estão congestionados com o escoamento da safra de grãosO leilão de compra de 103 mil toneladas de milho a granel realizado nesta sexta, 26, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), para entrega em portos do Nordeste, para atender criadores dos municípios atingidos pela seca, negociou apenas um lote de 20 mil toneladas, para desembarque entre 27 de maio a 3 de junho no terminal portuário de Cotegipe (BA). Não houve interesse das tradings na venda de 30 mil toneladas para entrega nos portos do Ceará; 28 mil toneladas no porto de Cabedelo (PB)

O leilão foi o segundo realizado pelo governo federal para compra de 103 mil toneladas de milho para entrega nos portos da região Nordeste. No primeiro pregão, na quarta da semana passada, a Conab não conseguiu negociar nenhum lote, pois os prazos de entrega, entre 2 a 14 de maio, foram considerados curtos pelas tradings.

O fracasso do leilão da semana passada levou o governo a ampliar o prazo de entrega do milho até 8 de junho, mas mesmo assim as empresas resolveram não arriscar, pois os portos estão congestionados com o escoamento da safra de grãos, que atinge o pico em maio. As empresas temem não conseguir atender o compromisso e serem penalizadas com multas e perda da caução, além de não poder participar dos próximos leilões da Conab, que no segundo semestre deve apoiar a comercialização no Centro-Oeste por meio de Prêmios para Escoamento da Produção (PEP).

O resultado desta sexta frustra mais uma vez as expectativas do governo, principalmente da Casa Civil, pois a presidente Dilma Rousseff garantiu aos governadores do Nordeste que 340 mil toneladas de milho seriam entregues aos produtores da região entre abril e maio. O milho será doado aos governos estaduais, que assumiram o compromisso pelas operações de ensacamento e remoção do cereal dos portos até os postos de distribuição no interior, para venda a R$ 18,12/saca nos lotes de até três toneladas e R$ 21/saca até seis toneladas. O milho comprado pela Conab no leilão desta sexta foi negociado pelo preço de abertura e custará R$ 43,85/saca, já desembarcado em Salvador.

Frete

O leilão de frete realizado pela Conab para remoção de 11.318,4 toneladas de milho negociou 100% dos lotes ofertados. O preço médio foi de R$ 20,62/saca com deságio de 26,2% em relação ao valor de abertura. O pregão desta sexta mostrou que, mesmo na época de pico de escoamento da safra, a Conab não enfrenta dificuldades, como no segundo semestre do ano passado, de contratar caminhões para levar o cereal aos postos de distribuição nas regiões Norte e Nordeste.
 
O custo de remoção para Natal (RN) de um lote de 5.567,4 toneladas, depositado em Pedra Preta (MT), saiu por R$ 21,22/saca, após uma disputa entre várias empresas, que resultou em um deságio de 29% em relação ao preço de abertura de R$ 29,87/saca. Outro lote de 1.500 toneladas, de Chapadão do Céu (GO) para Jaguaribe (CE) saiu por R$ 20,20/saca, valor 26,2% abaixo do preço de abertura que era de R$ 27,36/saca.

A remoção de um lote de três mil toneladas de milho, de Sorriso (MT) para Manaus (AM), foi arrematado por R$ 20,38/saca e 25,1% abaixo do preço de abertura (R$ 27,21/saca). Um lote de 1.250 toneladas de Sorriso para Ananindeua (PA) e Rio Branco (AC) será removido por R$ 19,06/saca, com deságio de 13,2% sobre o preço de abertura de R$ 21,96/saca.

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