Um dos principais entraves foi a dificuldade enfrentada pelos agricultores para cumprir o ritual burocrático junto à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Além disso, encontraram obstáculos para se habilitar a receber o prêmio equalizador (Pepro) que seria pago pelo governo após a comprovação da venda do arroz para avicultores e suinocultores que tenham fábrica própria de ração.
Uma portaria interministerial publicada em setembro destinou R$ 60 milhões para as operações de Pepro, em um volume de até 500 mil toneladas de arroz em casca. Entretanto, os leilões devem ser suspensos, em função das dificuldades burocráticas dos produtores e pela recuperação recente dos preços do arroz, que em algumas praças está acima do mínimo de garantia estabelecido pelo governo, que é de R$ 25,80.
A recuperação dos preços se deve em grande parte às medidas adotadas pelo governo federal para enxugar os estoques de arroz. Ao longo deste ano o governo gastou R$ 983,60 milhões em medidas de apoio à comercialização de arroz, em um volume total de 2,981 milhões de toneladas. O número corresponde a 22% da produção recorde de 13,613 milhões de toneladas registrada na safra 2010/2011.
O arroz absorveu 88% dos R$ 3,38 milhões gastos pelo governo federal neste ano com a política de apoio à comercialização. Em segundo lugar está o trigo, com R$ 306 mil (9% do total).