Leilões de milho vão ajustar mercado, diz secretário de Agricultura do PR

Para o secretário de Agricultura do Paraná, Roberto Anacleto Ortigara, os leilões públicos de venda de milho, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), vão ajustar as cotações do cereal, que tiveram elevação neste início de ano. O Paraná, que é o principal produtor de carne de frango do país e um dos maiores de suínos, viu o preço doméstico do grão, principal insumo das criações, subir mais de 50% nos últimos oito meses. Esta alta pressionou drasticamente as margens dos criadores e provocou reação do setor.

No Paraná, e também em Santa Catarina, representantes dos setores buscaram a intervenção federal para tentar controlar a cotação do cereal. “Intervir ou não intervir? Obviamente que fomos atrás de soluções, já que a alta do insumo pressionou os custos de produção da avicultura e da suinocultura”, afirmou Ortigara.

Exportações

Para o secretário, a alta do milho foi um reflexo do avanço das exportações e também da migração de produtores para o cultivo da soja no ano passado. “Houve uma decisão racional em julho/setembro de plantar soja. Nunca tivemos tanta soja. Isso causou uma redução significativa do milho verão”, comentou o representante da pasta. 

No entanto, para ele, o ajuste do preço deve ocorrer no curto prazo, principalmente, por causa da realização dos leilões da Conab. O segundo leilão foi realizado na terça-feira, dia 16, mas apenas 50,95% da oferta total foi arrematada, ou 76,436 mil toneladas do total de 150 mil toneladas.

Naquela data, criadores de aves e suínos, os principais compradores do cereal no mercado interno, afirmaram que a localização dos lotes, no Centro-Oeste, dificultava a aquisição dos estoques públicos, já que grande parte desses consumidores fica no Sul e Sudeste do país. 

“A segunda safra de milho está se plantando em ritmo maluco e já sinaliza um aumento de área e produção. Em julho já teremos uma oferta bem maior”, disse o secretário.