Há mais de 6 meses, produtores rurais e revendas de insumos de Água Boa, Mato Grosso, foram vítimas de um golpe: adulteração de fertilizantes. Até agora, nenhuma resposta ou solução das autoridades, foi dada quanto às investigações do crime. Parte dos insumos adulterados ainda está apodrecendo nas fazendas.
Às vésperas de uma nova compra de insumos para a safra que se iniciará, os produtores rurais temem que a quadrilha que adulterou os fertilizantes volte a agir na região e, cobram mais empenho da polícia na solução do caso.
“Daqui uns 60 dias já começaremos a receber os adubos da próxima safra, 2020/2021. Até agora não tenho um posicionamento da investigação. Existe a pessoa que está encomendando, existe o receptador, e quem está adulterando. Não é simplesmente desviar um adubo, tem toda uma quadrilha por trás”, diz Garruti Junior.
A coisa está tão lenta que, parte das 300 toneladas de adubo adulterado, ainda está na fazenda do produtor Euclásio Garruti Junior, apodrecendo e gerando mau cheiro. O insumo está lá desde agosto do ano passado, quando ele descobriu que foi vítima de um golpe. O insumo adulterado precisou permanecer na propriedade para a realização da perícia, que até hoje ainda não aconteceu.
“Não pode tirar e nem mover do lugar. Dizem que faz parte de uma investigação, mas nunca fomos procurados por ninguém sobre o assunto”, diz o produtor.
Outro produtor sofreu com o crime
Vítima do mesmo crime, o produtor Antônio Sadi Baldo aguarda por respostas e também está impedido de remover o produto adulterado da propriedade. Ao todo são 285 toneladas apodrecendo ali a céu aberto.
São valores estrondosos, já imaginou o prejuízo? Já estamos plantando a nova safra e ainda não sabemos quem são as pessoas que deveriam estar atrás das grades pagando pelo crime, principalmente reembolsando os prejudicados”, diz Baldo.
Todas as vítimas da fraude foram ressarcidas, incluindo Baldo e Garruti Junior. O prejuízo ficou mesmo para a revenda, que calcula um montante de R$ 2 milhões.
“Desde o crime não houve movimentação significativa das investigações. É preciso que a investigação seja mais rápida em crimes como este. Senão os prejudicados continuarão sendo os distribuidores, produtores, indústrias. É muito importante que a comunidade agrícola continue com essas discussões e buscando agilidade nesses processos”, afirma o diretor administrativo financeiro da revenda Pantanal Agrícola, Paulo Caldana.