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O levantamento destaca a expansão da soja e do milho, tanto em área como em produção, impulsionados pelos preços no mercado internacional. A previsão da Conab é de que a produção de soja fique entre 87,6 milhões de toneladas e 89,7 milhões de toneladas, com área plantada de 28,6 a 29,3 milhões de hectares.
Se as previsões se confirmarem, pela primeira vez a safra brasileira irá superar a norte-americana em ano de produção normal, sem fortes perdas provocadas pelo clima, como em 2012. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estima a safra local em 85,7 milhões de toneladas.
O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, diz que o Brasil deve se consolidar como maior produtor mundial de soja, “o que é importante porque tem reflexos econômicos relevantes para a balança comercial e desperta a atenção de outros países para a agricultura brasileira”. Geller salienta que grande parte do aumento do cultivo da soja está ocorrendo em área da fronteira agrícola, a partir da conversão de áreas de pastagens degradadas.
Agricultor opta pela soja e área com milho primeira safra cai
A previsão é de produção total de milho entre 78,4 e 79,6 milhões de toneladas e área de 15,3 a 15,6 milhões de hectares. A área semeada com milho primeira safra está estimada entre 6,35 milhões e 6,54 milhões de hectares, refletindo uma queda entre 4,1% e 6,9% em relação ao período anterior. A produção deverá alcançar entre 32,26 milhões e 33,4 milhões de toneladas.
A cultura, em virtude da expectativa de preços mais baixos pressionados pelo excedente de oferta, perdeu área para a soja, que tem maior liquidez e expectativa de preços mais remuneradores. Os técnicos da Conab explicam que os preços internacionais e nacionais evidenciam tendência de queda, “que deve se acentuar ainda mais com a aceleração da entrada do produto norte-americano no mercado e com o andamento normal do plantio da safra sul-americana 2013/2014”.
A redução pelo sexto ano consecutivo do plantio do milho de verão preocupa o governo em função dos riscos da concentração do cultivo na “safrinha de milho”, que é semeada após o cultivo da soja.
Porto afirmou que o governo está atento a este movimento, por causa dos riscos climáticos que podem afetar a segunda safra, como o frio no Paraná e falta de chuvas na região Centro-Oeste, em especial em Mato Grosso.
– Uma quebra da segunda safra pode comprometer o abastecimento – aponta.
Bom preço estimula plantio de algodão
A estimativa de intenção de plantio para a safra 2013/2014 de algodão, deve crescer entre 16,8% e 22,5%, ficará entre 1,04 milhão e 1,09 milhão de hectares. Segundo a Conab, a forte elevação na área plantada é resultado das altas cotações do produto no mercado externo, aliada ao favorecimento cambial. A produção da fibra deve crescer de 22,3% a 28,3%, para entre 1,59 milhão a 1,67 milhão de toneladas, em comparação ao 1,29 milhão de toneladas em 2012/2013.
Os técnicos da Conab informam, ainda, que expressiva elevação de área deve ocorrer na região Centro-Sul, com destaque para Mato Grosso e Goiás, com incrementos de 23% e 25%, respectivamente.
– Há também importante tendência de crescimento nos Estados da Região Norte/Nordeste, com destaque para a Bahia (região de Barreiras), onde os dados da pesquisa indicam crescimento de 15% a 20% na área plantada em relação à safra passada – salienta a Conab.
O plantio deverá ter início na segunda quinzena de outubro em São Paulo, no Paraná e no sul de Mato Grosso do Sul. Nas demais regiões produtoras a semeadura ocorre nos meses de novembro e dezembro, podendo prolongar-se até janeiro, como no Mato Grosso, em Goiás e na região de Barreiras.
Área com primeira safra de feijão cresce em todos Estados
A área de feijão primeira safra está estimada entre 1,15 milhão e 1,18 milhão de hectares em 2013/2014, o que corresponde a um crescimento entre 1,8% e 4,4% em relação à safra passada. Com exceção de Minas Gerais, todos os demais e principais Estados produtores indicam plantios de áreas maiores do que as cultivadas na safra anterior.
O “crescimento só não é maior por causa das boas perspectivas de outras culturas, como soja e milho, com maior estabilidade e liquidez”, observam os técnicos da estatal.
A produção nacional de feijão da primeira safra está estimada em 1,21 milhão e 1,24 milhão de toneladas, representando um acréscimo entre 25,6% e 29% ante 2012/2013. Considerando as três safras anuais (para o feijão segunda e terceira safras, em virtude do calendário de plantio e da metodologia aplicada nas estimativas, foram repetidas as áreas da safra anterior, e aplicado o rendimento médio dos últimos cinco anos), estima-se que a produção nacional de feijão deverá alcançar entre 3,21 milhões a 3,25 milhões de toneladas, 13,4 a 14,4% maior que a safra anterior.
Clima gera quebra de ao menos 1 milhão de toneladas na safra de trigo
A produção nacional de trigo na safra 2013/2014 deve alcançar 4,77 milhões de toneladas, 8,9% maior do que no período anterior. A área de plantio cresceu 15,1%. Do total produzido, 54,6% da safra vem do Rio Grande do Sul, 36%, do Paraná e o restante, dos demais Estados produtores. A Conab explica que, em virtude de uma série de intempéries climáticas, como seca no plantio e geadas e chuvas em excesso no período crítico da lavoura, além de vendavais e granizo, “estima-se perda próxima de 1 milhão de toneladas, comparativamente às previsões iniciais”.
RS já plantou 12% da área prevista com arroz
O Rio Grande do Sul, maior produtor nacional de arroz, já tem 12% da área plantada prevista para a safra 2013/2014. A expectativa é de aumento de área de 1,3% a 2,3%, em comparação com o período anterior. Santa Catarina, que junto com o RS representa cerca de 76% da safra nacional do grão, ainda não iniciou o plantio devido ao excesso de chuva, que dificulta a mecanização das áreas, a qual não deve sofrer alteração nesta safra, permanecendo em 150 mil hectares.
Neste primeiro levantamento de intenção de plantio, a estimativa inicial é de que sejam produzidos entre 11,92 milhões a 12,03 milhões de toneladas de arroz. A produção deve ficar entre 1,5% a 2,4% maior do que em 2012/2013.