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Liberação do feijão transgênico pela CTNBio causa polêmica e pode parar na Justiça

Produto geneticamente modificado é o primeiro totalmente desenvolvido por instituições públicas nacionais a ser aprovado pela ComissãoA Comissão Técnica Nacional de Biossegurança liberou nesta quinta, dia 15, em Brasília (DF), a produção comercial do primeiro feijão transgênico do mundo. No entanto, alguns técnicos ainda acreditam que as pesquisas feitas até agora não são suficientes. A tecnologia totalmente nacional foi desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e deve chegar aos agricultores até 2014.

A liberação foi aprovada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, mesmo assim, alguns pesquisadores argumentam que é necessário estudar mais para garantir segurança no uso da novidade. Por outro lado, um dos relatores do processo, Francisco Zerbini, discorda.

? Acho que houve estudos muito rigorosos, muito bem conduzidos e com resultados muito claros indicando que esse feijão é seguro para consumo, é seguro para plantio. Não vai causar impactos negativos, eu tenho plena consciência disso ? afirmou o integrante da CTNBio.  

Associações ligadas a agricultura familiar podem recorrer à justiça para impedir a comercialização do feijão transgênico.

? Nós já fizemos duas representações ao Ministério Público e não descartamos a possibilidade de ingressar na justiça com uma ação civil pública e talvez esse seja o nosso próximo passo ? disse o engenheiro agrônomo Gabriel Fernandes.

A expectativa é que a semente seja comercializada até 2014 e reduza os custos de produção. O feijão desenvolvido pela Embrapa é resistente ao vírus do mosaico dourado, uma das doenças mais prejudiciais para a cultura e que chega a gerar perdas totais na lavoura. O pesquisador Francisco Aragão trabalhou no desenvolvimento da variedade e comemora a aprovação.

? Nós esperamos que a maior disponibilidade de alimentos, a redução de perdas nos cultivos, a diminuição no uso de insumos e a redução do custo de produção ajudem o agricultor a produzir mais alimentos. Situação que diminui as probabilidades de picos de altas nos preços, que são penosos principalmente para a população mais carente ? apontou Aragão.

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