“Há indícios de que a produção brasileira subirá significativamente em 2010/11, já que a economia continua a favor do açúcar em vez do etanol”, disse a F.O.Licht.
Além disso, a “combinação de um aumento da área semeada com condições climáticas mais favoráveis e melhores práticas de cultivo, à medida que os preços da cana-de-açúcar dobraram em 2009/2010, podem provocar uma alta considerável na produção indiana”, acrescentou a consultoria.
Embora o avanço dos preços domésticos também estimule um plantio maior em outros produtores de larga escala, como China, Austrália, Tailândia, Paquistão e Indonésia, a F.O.Licht revelou que as previsões do clima no médio prazo em tais países não são tão favoráveis quanto as do Brasil e da Índia. Isso pode compensar parcialmente, ou até completamente, a expansão das áreas de cultivo, observou a consultoria.
“Junto com uma produção constante na Europa, o mercado pode voltar a ter uma oferta excedente em 2010/11”, disse a F.O.Licht. Contudo, nenhum choque de oferta é provável e o superávit não será “muito pesado”, dado que a demanda mundial se mostrou bem resistente ao longo da crise econômica e deve subir em 2010/11.
“O superávit é até bem-vindo, uma vez que as reservas precisam ser reabastecidas, após a relação estoques/consumo ter caído para o menor nível em 20 anos”, afirmou a consultoria.
A F.O.Licht reduziu a estimativa da produção de beterraba em 2010/11 de 34.132 toneladas para 33.746 toneladas, mas elevou a de cana-de-açúcar no período para 121.302 toneladas, ante 119.788 toneladas.