F.O. Licht prevê safra de 475 milhões a 515 milhões de toneladas de cana no Centro-Sul do Brasil

De acordo com analista, ainda é cedo para fazer uma previsão mais refinada porque a época de geadas, que prejudicou muito a safra anterior, ainda não começouA produção de cana-de-açúcar no Centro-Sul do Brasil deve ficar entre 475 milhões de toneladas a 515 milhões de toneladas na safra 2012/2013, de acordo com estimativa do analista sênior de commodities da F.O. Licht, Stefan Uhlenbrock, divulgada nesta terça, dia 27, durante evento da consultoria, em São Paulo. Se o piso da previsão for confirmado, a atual safra será ainda menor do que as 493 milhões de toneladas da safra anterior.

O analista afirma que ainda é cedo para fazer uma previsão mais refinada porque a época de geadas, que prejudicou muito a safra anterior, ainda não começou. Ele informa que o maior plantio de cana de 18 meses e o maior porcentual de renovação de canaviais que se espera para esta safra devem ter efeito limitador no crescimento da oferta. Apesar da renovação das plantações que está em curso, o executivo estima que o canavial da safra 2012/2013 continuará envelhecendo, ficando em torno de 3,8 anos em comparação com 3,7 anos em 2011/2012 e 3,1 anos em 2010/2011, o que também deve afetar a produtividade.

Segundo Uhlenbrock, ao contrário do Brasil, que deve enfrentar problemas na produção, o resto dos produtores mundiais de açúcar está apresentando aumento de produção, o que já fez com que as cotações caíssem perto de 30% em relação aos picos registrados em 2011. Para o analista, essa queda de preço vai elevar a demanda, principalmente em países emergentes, como China e Índia.

Segundo ele, a produção de açúcar do Centro-Sul do Brasil deve ficar entre 30,7 milhões e 33,9 milhões de toneladas, em comparação com produção de 31,3 milhões de toneladas em 2011/2012.

Mundo
O analista estima que os grandes países produtores de açúcar, como Tailândia, Índia, Austrália e Rússia irão apresentar crescimento na oferta, em conjunto, da ordem de 10 milhões de toneladas ante perda no Brasil em torno de dois milhões de toneladas.
Na Tailândia, a expectativa é de que a produção cresça de 9,9 milhões de toneladas para 10,5 milhões de toneladas, o que elevará a exportação para 7,5 milhões de toneladas.

Na Índia, a projeção é de que a produção alcance 26,2 milhões de toneladas, leve alta em relação ao ano anterior. Diante dessa produção, a expectativa é de que o produto disponível para exportação seja de seis  milhões de toneladas, sendo que cerca de 10% foi exportado até agora.

Acreditamos que, no total, a exportação da Índia não deve superar três milhões de toneladas, diz ele. Uhlenbrock se refere a dados da safra mundial 2011/2012, que vai de outubro de 2011 a setembro de 2012. Ele afirma, ainda, que na Austrália a produção de açúcar subiu no período de 3,8 milhões para 4,3 milhões de t, o que deve elevar a exportação de 2,5 milhões t para perto de três milhões de t.

O analista acredita que na Rússia a produção vai subir de 2,7 milhões para cinco milhões de toneladas, o que levará a uma redução na importação do país de dois milhões para 500 mil t de açúcar. O analista ressalta, contudo, que a maior parte da safra russa ainda não chegou ao mercado.

A F.O. Licht estima que o superávit de oferta de açúcar no mundo na safra mundial 2011/2012 ficará em 7,7 milhões de toneladas ante 1,8 milhão de t no período anterior. O executivo avalia que essa maior produção de açúcar no mundo é reflexo de três anos consecutivos de preços elevados.