Lideranças do agronegócio repercutem a participação dos presidenciáveis na CNA

Em geral, a abertura ao diálogo proposta pelos três candidatos ao setor agradou os participantes do encontroO compromisso dos três candidatos à Presidência da República mais bem colocados na pesquisa em reforçar o Ministério da Agricultura foi o ponto que mais repercutiu entre as lideranças do agronegócio. A Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) reuniu os candidatos para que eles apresentassem as suas propostas para as lideranças do agronegócio brasileiro. No final, eles receberam um plano de governo proposto pela CNA.

A presidente Dilma Rousseff (PT) se comprometeu em reestruturar a área de defesa sanitária. Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) se comprometeram a criar um “superministério” da Agricultura, com mais autonomia e recursos.

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– O que mais me chamou a atenção foi a questão da gestão interna do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Todos os candidatos foram unânimes em afirmar que, se vencerem as eleições, eles vão fortalecer o Ministério da Agricultura, para que ele possa, cada vez mais, prestar um melhor serviço para a sociedade brasileira. Em especial, a questão da defesa sanitária e agropecuária, que envolve questões de sanidade, tanto animal quanto vegetal – comenta Wilson Roberto de Sá, presidente do Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (Anffa).

O presidente da CNA, João Martins da Silva, acredita que o modelo atual do Ministério da Agricultura está sucateado. Ele confia que o Brasil pode conquistar outros mercados, mas precisa de estrutura.

– Nós queremos conquistar novos mercados. Mercados mais exigentes, como Europa, Japão e Estados Unidos. Nós podemos fazer isso como: uma defesa sanitária bem estruturada, que não fica dependendo de contingenciamento ou não de recursos – afirma o dirigente.

Em geral, as lideranças presentes no evento CNA elogiaram a abertura que os candidatos deram ao agronegócio.

– Eu penso que as propostas dos três candidatos são propostas que atendem o setor. Independente de quem vencer a eleição, os candidatos assumiram aqui o compromisso de ouvir e tentar construir, em conjunto conosco, o próximo governo. Afirmaram que terá a participação do agronegócio brasileiro – diz o presidente da Associação dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja Brasil), Almir Dalpasquale.

O presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Gustavo Junqueira, avaliou a posição de cada um dos candidatos. Ele reforçou que a SRB não apoia nenhum candidato.

– A Dilma descreveu o governo dela, que as realizações estão certas e, portanto, a mensagem é que vai continuar fazendo mais do mesmo jeito. Aécio propôs fazer mais e melhor, criar um superministério, com adoção de metas e meritocracia. O Campos foi claro ao avaliar que o modelo está falido, esclerosado e que ou paramos e refazemos, ou não iremos atender os objetivos – explica o Junqueira.

A presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Elizabeth Farina, disse que ficou decepcionada com o discurso da presidente Dilma Rousseff. Entretanto, aprovou a importância dada por Aécio Neves e Eduardo Campos.

– Minha decepção com a presidente é muito grande, porque a palavra agroenergia não foi dita uma vez seque. Eu fiquei muito satisfeita de ver os dois candidatos mencionarem explicitamente a preocupação dele com o setor produtor de etanol e bioeletricidade. A maneira pela qual eles incluíram esse setor como estratégico em seus programas de governo – ressalta Elizabeth.

O presidente do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), Haroldo Cunha, acredita que a presidente Dilma perdeu a oportunidade de abordar temas importantes para o setor, principalmente os voltados à economia.

– Temos que lembrar que, se o agronegócio é tão importante, ele também sofre e vive de perto as questões macroeconômicas, como a inflação, o crescimento econômico, a questão de desenvolvimento e da infraestrutura de uma maneira geral – explica Cunha.

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