Durante a entrevista, no estúdio do Canal Rural, em Brasília, Florence disse que o Governo está avaliando um plano plurianual para mudar os índices de produtividade no campo.
O presidente da Federação de Agricultura do Rio Grande do Sul, Carlos Sperotto, afirmou que o ministro deve esquecer essa ideia e fazer a reforma agrária de outra forma.
? Eu acredito que o ministro deveria dizer ‘eu vou concluir o processo de reforma agrária qualificando os assentamentos que já ocorreram’. As distribuições de terra, que lá se vão 90 milhões de hectares que tem que ser trabalhadas. É uma missão árdua e acredito que se o ministro for por esse lado para qualificar, organizar e fazer produzir, deixar de mandar Bolsa Família para esses que já receberam terras, eu acho que ele estará na sua missão ? defemde Sperotto.
O vice-presidente da Sociedade Rural Brasileira, Rubens de Vilhena Resstel reforça as críticas e diz que a mudança dos índices de produtividade para a reforma agrária seria um atraso para o setor rural.
Já o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura, Alberto Broch, espera que o ministro não recue em temas polêmicos, reivindicados pelos movimentos sociais.
? Nós esperamos que o ministro tenha uma postura muito firme em relação a estes pontos ? afirma Brock.
O professor de filosofia política Denis Rosenfeld lembra que dentro do próprio governo não há consenso sobre o assunto. Por isso, não acredita na mudança dos índices.
? Eu acho que se Lula não conseguiu, acho que Dilma tem outra convicção, mais voltada para o administrativo, mais critérios econômicos. Muito melhor que Lula ela sabe fazer cálculos e já houve sinalização bastante clara pelo ministro Rossi que é contra a revisão dos índices. E eu acho difícil que um ministro que foi reconduzido ao cargo tenha feito uma declaração que não tenha o beneplácito do presidente ? avalia Rosenfeld.