O Consecitrus deve ser parecido com o conselho que existe no setor da cana. Um dos objetivos é criar regras para a formação de preços. No modelo atual, os produtores negociam individualmente com as indústrias e acertam o valor a ser recebido. Os especialistas acreditam que este é um sistema muito instável e que precisa ser mudado.
? O preço está muito volátil, temos que resolver isso e formatar conversas neste sentido ? disse a pesquisadora Margarete Boteon, do Cepea.
Um bom exemplo desta volatilidade de preços é que, no mesmo período do ano passado, o citricultor estava recebendo R$ 4 pela caixa. Atualmente, o preço chega a R$ 15. Christian Lohbauer, presidente da CitrusBR, que representa as maiores exportadoras de suco do Brasil, está otimista em relação ao conselho que deve regulamentar o setor.
? A criação da Consecitrus é um processo em andamento, mas tem que sair até o fim do semestre ? defende Lohbauer.
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A intenção dos exportadores é chegar a um acordo ainda este ano, antes das eleições. Isso porque o governo de São Paulo vem atuando como intermediário nas negociações do setor. A diretora do Instituto de Economia Agrícola (IEA), Valquíria da Silva, que representou o governo de SP na reunião, confirma a disposição do Estado em colaborar.
? É importante a presença do Estado até para balizar e gerenciar os conflitos. O setor vinha de um período de atrito e conflito, mas agora há disposição para um acordo e isso é bom. Ainda é cedo para dizer se há consenso. Certo mesmo é que há muito a ser discutido até que o setor encontre um caminho que seja viável tanto para a indústria quanto para o produtor ? disse Valquíria.
O representante de Associação de Citricultores da Região de Limeira (Alicitrus), Paulo Celsobiasioli, acredita que os produtores precisam se unir à indústria para que a citricultura brasileira continue forte lá fora.
? Para que o Brasil se mantenha na liderança do setor de exportação de suco de laranja, é preciso que haja uma aproximação com objetivos comuns ? avaliou Celsobiasioli.
