– O foco é melhorar a renda dessas famílias. Elas estão gerando excedentes e o mercado institucional é um espaço privilegiado para o escoamento desta produção. Comercializando com estes mercados, elas poderão qualificar a produção e aumentar a renda – explica o coordenador de Políticas para Comunidades Quilombolas do MDA, Quêner Chaves dos Santos.
Dona Antônia Antunes da Silva Reis, de 48 anos, e seus companheiros associados de Catuti, norte de Minas Gerais, participaram da oficina, nesta semana, e conta que eles precisam superar os atravessadores que compram seus produtos mais barato e ficam com o maior lucro na revenda.
– Agora, aprendemos que temos que procurar as pessoas certas para vender, temos que entrar em editais de chamadas públicas para vender em escolas, procurar mercado para vender nossos produtos – conta.
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Aos 48 anos, a agricultora familiar mineira acumula os cargos de presidente da Associação Quilombola do Burutuba, vice-presidente da Associação Comunitária de Mulheres Quilombolas e, nas poucas horas vagas, ainda aceita encomendas de bolos. Junto com mais 30 mulheres da associação, ela fabrica bolos, pães, biscoitos e roscas.
Na outra associação, da qual é presidente e que abrange sete municípios mineiros, as famílias quilombolas produzem milho, feijão, arroz, abóbora, batata e melancia. Os alimentos são para consumo, o sustento da família vem do excedente vendido nas cidades. A partir de agora, a intenção é vender para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).
–A expectativa é de crescer, ter mais lucro, mais experiência, agregar valor aos nossos produtos. Queremos colocar mais mulheres para trabalhar, porque elas querem ser mais independentes. Queremos que elas arrumem uma fonte de renda para gerar mais lucro para nós – finaliza.
Oficinas
Em Curaça (MG), uma oficina já está em andamento e termina neste sábado (13). Já o município de Alcântara (MA) terá oficinas nos dias 11 e 12 de dezembro. E em Eldorado (SP), lideranças quilombolas receberão a capacitação nos dias 12 e 13.
As oficinas são uma parceria entre o MDA e Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) com a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Social (SEPPIR), Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
