Mesmo sem ser oficializadas pelo governo vizinho, as barreiras estão programadas para entrar em vigor no dia 1º de junho, segundo determinação do secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno.
Para o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil, José Augusto de Castro, a medida preocupa:
? E é estranho, pois a Argentina se comprometeu a restringir medidas protecionistas no comércio bilateral. Isso soa a traição ? comentou.
No início de 2009, uma reunião entre os dois governos selou um pacto para evitar a adoção de medidas restritivas entre os dois países. Mas, desde então, foram adotadas restrições contra 407 itens importados do Brasil, que limitou 15 itens do outro lado.
? A paciência estratégica com a Argentina já passou dos limites. O Brasil deveria reagir imediatamente porque interesses comerciais estão sendo profundamente afetados ? criticou o ex-embaixador Rubens Barbosa, presidente do Conselho de Comércio Exterior da Federação das Indústrias de São Paulo.
O ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, informou por meio da assessoria que vai se manifestar somente quando as medidas forem oficializadas. No Ministério das Relações Exteriores, a orientação era a mesma. O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, afirmou que o governo não foi informado sobre as novas barreiras. Do lado argentino, mais cautela. A embaixada em Brasília limitou-se a dizer que a chancelaria argentina não se pronunciaria.