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DOENÇA

Pesquisa analisa relação da esporotricose com a agropecuária

Os principais hospedeiros e transmissores da esporotricose são os felinos, especialmente os gatos de rua ou errantes

O Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa em Saúde Animal Desidério Finamor (IPVDF), da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), está com uma nova linha de pesquisa para investigar a esporotricose, uma doença causada por fungos do tipo Sporothrix spp, que pode ser transmitida entre animais e humanos.  

Os principais hospedeiros e transmissores são os felinos, especialmente os gatos de rua ou errantes. O fungo geralmente entra no organismo por meio de ferimentos na pele, causados por arranhões ou mordidas de gatos infectados. A transmissão também pode ocorrer pelo contato com solo ou material orgânico contaminado.  

O centro de pesquisa e diagnóstico se aliou ao município de Guaíba para caracterizar o perfil dos animais acometidos pela enfermidade, os bairros mais atingidos e a prevalência atual da doença. “Assim, vamos poder ajudá-los a caracterizar melhor o problema na cidade e desenvolver políticas públicas de enfrentamento”, detalha o pesquisador Flávio Silveira, coordenador da linha de pesquisa em esporotricose no IPVDF

Em parceria com a Universidade Federal de Pelotas (UFPel), o IPVDF foi contemplado em um edital do CNPq para o desenvolvimento da linha de pesquisa específica sobre esporotricose. O objetivo do projeto aprovado é conduzir trabalhos de genotipagem e resistência dos isolados do fungo, associado à epidemiologia da doença, na Região Metropolitana de Porto Alegre. 

“É alarmante a quantidade de casos no estado: na Região Metropolitana, os casos humanos aumentaram em 500% nos últimos três anos. Nossa motivação para a pesquisa é que, com o crescente aumento de casos de esporotricose, possamos ter outros animais que sejam acometidos pela doença”, explica Flávio.  

Em publicação recente do Informativo Técnico do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA/Seapi), o grupo de pesquisadores do IPVDF e da UFPel analisou a relação da esporotricose com a agropecuária. Embora não haja dados consolidados sobre a doença no setor, certos aspectos da atividade a tornam vulnerável à esporotricose, como o contato com o solo e material orgânico e a presença de gatos soltos em propriedades rurais. 

“Queremos também investigar mais o papel dos equinos na cadeia epidemiológica. Já há relatos no Centro-Oeste de cavalos que se contaminaram com o esporo, no contato com gatos que tinham acesso às baias dos animais”, conclui o pesquisador. 

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