As regras serão mantidas, ou seja, cada agricultor pode contratar até R$ 1 milhão e pagar o empréstimo em até 12 anos. As alterações anunciadas referem-se ao montante total disponível, que representa pouco mais de 9% em relação à atual safra, cujas operações encerram-se nesta sexta, dia 29, e a taxa de juros aplicada que passou dos atuais 5,5% ao ano para 5% ao ano, para empréstimos contratados a partir de segunda, dia 2.
Três bancos públicos já operam com essa linha no país: Banco do Brasil, Banco do Nordeste e Banco da Amazônia. Além deles, segundo informações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), as instituições comerciais que têm carteiras agrícolas também podem operar o crédito via recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
No entanto, os valores contratados até a véspera de fechamento das operações desta safra mostram que apenas o Banco do Brasil (BB) superou as estimativas de contratos, respondendo por quase a totalidade de empréstimos concedidos pela linha ABC, ou seja, mais de R$ 1 bilhão. Para o diretor executivo do Departamento de Economia Agrícola do Mapa, Wilson Vaz de Araújo, o desempenho dessas linhas de estímulo às práticas sustentáveis no campo não é motivo de preocupação e não assombra o governo.
– O programa é novo e tem certa complexidade. Para um programa que está em seu segundo ano de aplicação, o desempenho está dentro do previsto. Não é tão simples quanto financiar uma máquina agrícola, que tem garantias concretas. O outro (práticas do programa ABC) envolve projeto técnico de boas praticas agrícolas, envolve análise mais aprofundada e acompanhamento técnico – explicou.
A expectativa do governo é a de contratação de pelo menos R$ 2 bilhões até o final da próxima safra. Criado há dois anos para estimular a sustentabilidade na produção agrícola, o Programa ABC define metas como o plantio direto na palha, recuperação de pastos degradados e integração lavoura-pecuária-floresta, com alternância de pastagem com agricultura e floresta.