Nesta próxima quarta-feira (9), às 20h, o Projeto Soja Brasil fará uma live especial com a Embrapa Soja sobre as “Tecnologias para Produção de Soja”, que ajudam a iniciar adequadamente uma lavoura de sucesso. Serão três pesquisadores comentando o assunto e respondendo as dúvidas dos internautas. A transmissão acontecerá pelo Facebook, Instagram, Youtube e site do Canal Rural.
Um dos participantes é o chefe de Transferência de Tecnologias da Embrapa Soja, Alvadi Balbinot, destacando que na fase de implantação da cultura, são definidos vários fatores que irão impactar na produtividade e na lucratividade da soja.
“Como por exemplo, as cultivares, a adubação de base, o espaçamento, a densidade e a época de semeadura, a uniformidade de distribuição de plantas na linha, além na inoculação que determina a nodulação das raízes. Isso tudo será determinante se a lavoura terá alto ou baixo potencial produtividade”, afirma.
Balbinot diz ainda que são três os pilares que compõe um bom início de safra. O primeiro deles diz respeito ao tratamento de sementes com fungicidas e a inoculação e coinoculação com bactérias fixadoras de nitrogênio e promotoras de crescimento. Tema que será destacado pelo pesquisador Marco Antonio Nogueira.
O segundo pilar diz respeito ao bom funcionamento da máquina semeadora. Isso inclui todos os cuidados com regulagem prévia, monitoramento e escolha de discos, regulagem de profundidade e roda compactadora. Este tema será abordado pelo pesquisador Osmar Conte.
O terceiro pilar para o sucesso da lavoura é a condição da área, o que significa estar livre de plantas daninhas e ter palhada favorável para adequada plantabilidade da lavoura, em sistema de plantio direto. Se a produtividade de lavoura de soja é determinada pelos componentes de rendimento, a implantação da lavoura é uma das fases que merece atenção especial.
“Neste período, é quando o produtor define o estande, o número de plantas produtivas que a lavoura terá possibilidade de gerar até a colheita. Isso tudo era afetar o número de vagens por planta e de grãos por vagem, impactando no rendimento da lavoura”, explica Balbinot
Benefícios obtidos pela inoculação e coinoculação da soja
A tecnologia da fixação biológica do nitrogênio (FBN) é uma das mais impactantes para a sustentabilidade da produção de soja no Brasil. Sua adoção resulta em benefício econômico para o produtor e benefício ambiental, principalmente por dispensar o uso de fertilizantes nitrogenados na cultura. De acordo com o pesquisador Marco Antonio Nogueira, o processo da FBN ocorre pela simbiose entre bactérias do gênero Bradyrhizobium e as plantas de soja.
A partir dessa relação são formados os nódulos radiculares, nos quais as bactérias se abrigam e recebem da planta hospedeira proteção e alimento. “Em troca, capturam o nitrogênio atmosférico (N 2 ) e o transformam em compostos nitrogenados que são exportados para a planta hospedeira e a beneficiam”, diz a pesquisadora.
Mesmo em áreas frequentemente cultivadas com soja, a inoculação anual, a cada safra, traz benefícios econômicos. O ganho médio da inoculação anual da soja com Bradyrhizobium em áreas tradicionais de cultivo é de 8%, ou seja, um grande retorno frente ao baixo custo da dose do inoculante. Além dos resultados positivos da inoculação anual, há ainda a coinoculação que consiste no uso de uma segunda bactéria, Azospirillum brasilense, em conjunto com o Bradyrhizobium.
“A coinoculação traz incremento médio de 16% no rendimento da soja, em relação às áreas inoculadas somente com Bradyrhizobium”, reforça o pesquisador.