? O Brasil não pode deixar de pagar os 31 milhões de metros cúbicos que contratou, mesmo se não usar tudo. Mas se a Bolívia não fornecer os 31 milhões, ela paga o que não forneceu ao Brasil ? disse, sem dar detalhes de como seria feita essa indenização.
Lobão, no entanto, fez questão de destacar que o procedimento do governo da Bolívia tem sido correto em relação ao Brasil. Segundo ele, o que está ocorrendo é uma situação política, “uma questão de soberania interna”.
O ministro garantiu que, caso o desabastecimento volte a se agravar, o Brasil já tem estratégias definidas, apesar de não anunciar nenhum plano de contingência para ser adotado imediatamente.
? Daqui para diante continuaremos estocando algum gás para que, se houver um problema no futuro, não teremos grandes dificuldades ? informou.
De acordo com Lobão, o governo pensa em suspender o funcionamento de termelétricas a gás, diminuir o suprimento de gás para as indústrias, que poderiam funcionar temporariamente com óleo diesel, e suspender por algum tempo a injeção de gás nos poços de petróleo.
O ministro revelou que uma das termelétricas da Petrobras já foi desligada, mas deverá ser acionada novamente, em breve. O corte no fornecimento de gás automotivo, segundo o ministro, será a última hipótese adotada pelo governo.
? Mesmo assim, os motoristas não seriam prejudicados, pois passariam a usar álcool ou gasolina, que temos de sobra ? afirmou.
O ministro explicou que o fornecimento de cerca de 15 milhões de metros cúbicos de gás foi interrompido porque a válvula do gasoduto Yacuíba-Rio Grande foi fechada por um ato de manifestantes.
? Algumas pessoas foram lá e, com um martelo, deram pancadas na válvula, pretendendo destruí-la. Mas, como se trata de um mecanismo moderno, a válvula apenas desligou e não quebrou. Por isso, foi possível restaurar o funcionamento dela com extrema rapidez.
Edison Lobão admitiu que ainda há um déficit de abastecimento de três milhões de metros cúbicos, que não estão sendo enviados desde ontem por causa de uma explosão num gasoduto de Palmar Grande, no departamento de Tarija, no sul da Bolívia.
O ministro reafirmou que, no momento, os usuários de gás não precisam se preocupar com a possibilidade de um desabastecimento.
? Se prosseguisse com a interrupção de 15 milhões de metros cúbicos, cidades como São Paulo e Rio de Janeiro sofreriam algum abalo. Mas com a retomada da normalidade, não há nenhum problema.