O Brasil não apresenta sinais de desabastecimento, afirma o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), José Samuel Melo. Porém, segundo ele, a chegada da agricultura 4.0 pede ajustes nos estoques públicos. “A discussão dos armazéns, por exemplo, é um fator que temos que avançar, tentar modernização desse processo”, afirma ele, pontuando que a entidade atua apenas no apoio e logística. A polícia pública em si é determinada pelo Ministério da Agricultura.
Perspectivas para a Conab em 2021
De acordo com Melo, a Conab possui 64 armazéns em atividade e o que precisa ser discutido, na verdade, é a logística de transporte. “Tivemos, em 2019. uma redução de 25% dos custos destas estruturas, além de 43% de redução da necessidade de investimentos futuros. Temos que amadurecer neste processo, buscar com equilíbrio as melhores soluções”, conta.
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Questionado sobre o orçamento enxuto da companhia para 2021, Melo diz que o racionamento de recursos não é uma realidade apenas do Brasil. “O princípio é ‘vamos racionalizar’, mas, logicamente, sempre com responsabilidade. Não há qualquer possibilidade de se pensar nessa racionalização como prejuízo da missão da Conab”, diz.
Além do Ministério da Agricultura, as pastas da Cidadania e da Mulher devem ser envolvidas em algumas decisões, como o uso dos recursos no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e atendimento a pessoas com vulnerabilidade nutricional. “A Conab tem um papel fundamental neste processo e, com a absoluta certeza, não haverá qualquer prejuízo aos objetivos estratégicos traçados por nossa companhia”, diz.
Melo defende que a Conab avance em inteligência de informação, melhorando as metodologias para garantir confiabilidade e protagonismo na divulgação de informações, sem deixar de lado parceiros importantes com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Por outro lado existe outro contexto que eu chamo de uma inteligência corporativa retratada no processo de gestão da Conab. Discutir os processos, discutir as formalizações desses processos na companhia, torná-la mais célere no seu processo decisório, estarmos mais junto do produtor rural e das superintendências regionais, que são nossos braços nos estados”, finaliza.